O gosto pela escrita desta amarantina parece não ter limites. Mais do que um gosto imenso parece uma necessidade de deitar para fora as palavras que lhe pairam lá dentro.
Leonor Teixeira, 17 anos, reside em Fregim, Amarante. A jovem amarantina venceu no ano passado o concurso “Um conto na minha terra “, programa de incentivo à escrita da Porto Editora com “Antiteticamente Preso”, sendo um dos contos selecionados e disponíveis para leitura em www.portoeditora.pt. Antes já tinha frequentado uma masterclass de iniciação à escrita com o escritor Bruno Paixão e este foi o empurrão que faltava na sua vontade de mostrar ao mundo o que escreve.
“Sou comunicadora por natureza. Comecei a falar pelos 6 meses de idade. Em criança falava muito”, admite.
Quando aceita ler histórias no infantário que o irmão mais novo frequentava, começou “a ter noção do poder das palavras”.
“Por altura do segundo ciclo comecei a ter a ambição de que um dia poderiam ser as minhas palavras a serem ouvidas. Comecei e agora não paro nunca mais”, revela a jovem Leonor.
A participação do concurso da Porto Editora foi o seu lançamento, seguindo-se, já este ano, outra candidatura, desta vez ao prémio Infanto-Juvenil Ilídio Sardoeira, promovido pela Junta de Freguesia de S. Gonçalo, com o conto “O Gosto da Nostalgia”. A edição deste ano deve dar a conhecer os vencedores nos próximos meses.
“Escrevo pequenos contos, crónicas, pequenos textos e muita poesia”, comenta.
A Leonor escreve todos os dias, “nem que seja uma frase”. Diz que quando a vontade fala mais alto, na necessidade de escrever, os primeiros apontamentos surgem num caderno.
“Sou uma pessoa muito intensa, tenho os sentimentos muito à flor da pele e isso diz muito do meu tipo de escrita”, considera.
“A escrita, no fundo, ajuda-me a lidar com isso, há muito sentimento no que escrevo”, revela esta futura estudante universitária que em setembro próximo espera ingressar na Faculdade de Letras do Porto para estudar Línguas, Culturas e Literaturas. “Pretendo futuramente trabalhar numa editora. O fato de ter ganho o concurso da Porta Editora veio despertar-me esse gosto”, confessa.
A mãe e a amiga Tatiana são as suas primeiras leitoras, mas “só quando se sente preparada para mostrar o que escreve”. À família e a amigos só chegam os textos já prontos porque para a Leonor “mostrar trabalhos incompletos é conhecer-me a mim incompleta”, e isso não a deixa confortável.
“Leio menos do que gostaria”, refere. Atualmente lê clássicos e livros que “me despertem uma reflexão”, algo que a deixe a pensar “durante semanas”. A sua escolha recai por agora nos livros de Annie Ernaux, prémio nobel da literatura em 2022.
Leonor Teixeira escreve acima de tudo para si própria, “na maneira que encontrei para lidar com a minha intensidade e as minhas emoções, mas também para desafiar o leitor à reflexão.
Conclui dizendo: “Gosto de fazer pensar”.