Aniversário AE Vila Meã debate e reforça importância da futura Zona Industrial

A Associação Empresarial de Vila Meã (AEVM) comemorou o seu 24.º aniversário, no passado dia 21 de novembro, com uma série de momentos, em jeito de Dia Aberto, que reuniram agentes económicos, autarcas, intervenientes cívicos e membros da sua direção. O dia começou na sede da associação, com a receção aos convidados e a tradicional cerimónia de corte do bolo de aniversário, na qual participaram formandos do curso EFA de equivalência ao 12.º ano.

O programa do dia incluiu uma visita ao futuro local da Zona Industrial de Vila Meã, uma reunião em ambiente de café com comerciantes da zona urbana da vila, e culminou com um almoço-conferência.

Um dos pontos altos do dia foi a apresentação dos primeiros detalhes do projeto do Município de Amarante para a futura Zona Industrial de Vila Meã, na voz do vice-presidente da autarquia, António Jorge Ricardo.

Recorde-se que a implementação de uma zona industrial neste território é um dos desígnios da fundação da AEVM, que desde 2000 defende a criação de condições e infraestruturas para potenciar o desenvolvimento económico local.

O autarca destacou a localização estratégica dos terrenos previstos para a zona de acolhimento empresarial, em Ataíde, composto por 72 lotes, abrangendo uma área de 632 mil metros quadrados.

“Há muitos interessados nesta localização, empresas nacionais e internacionais”, revelou, sublinhando a importância dos bons acessos e da linha de comboio para a atração de investimentos.

Zona Industrial de Vila Meã “é uma prioridade” para a Câmara de Amarante

Na visita efetuada ao local, António Jorge Ricardo comentou que a autarquia declarou, em outubro, aquela área como de utilidade pública, com a expectativa de concluir o processo de aquisição e expropriação de terrenos ao longo dos próximos seis meses.
“O processo está em andamento, é uma prioridade do executivo”, garantiu o vice-presidente.

Refira-se que, ainda no momento de recepção da sede da AE Vila Meã, a diretora-executiva da AEVM, Rosário Meneses, apresentou um resumo das atividades da associação na área da formação profissional. Segundo Rosário Meneses, no âmbito do programa Portugal 2030, a AEVM tem aprovados 1,3 milhões de euros para um projeto de formação com cerca de nove mil horas, abrangendo 350 turmas. A associação também iniciará um projeto de capacitação e formação para o setor da construção civil, envolvendo 10 empresas locais.

De destacar ainda a intervenção da técnica da AE Vila Meã, Delfina Carvalho, responsável pelo Gabinete Inserção Profissional (GIP) que apresentou o trabalho que ali tem sido desenvolvido no apoio a desempregados, divulgação, acompanhamento e mediação de oportunidades emprego e que se pauta por mais de 150 atendimentos mensais.

Comerciantes defendem maior dinamismo e mais atividades

Após a visita ao local da futura Zona Industrial, a comitiva da AEVM e o vice-presidente da Câmara reuniram-se, em ambiente de café, com alguns comerciantes da zona urbana da vila. Os empresários apelaram a uma maior dinamização da área comercial, com mais espaços públicos e atividades que atraiam visitantes.

Na ocasião, Geraldino Oliveira, presidente da AE Vila Meã, reforçou a importância de apoiar o comércio local para atrair mais pessoas a Vila Meã.

“A nossa grande preocupação é a de atrair mais pessoas a Vila Meã. Prova disso é o projeto Linha do Comércio, para dar o apoio a todo o comércio e atrair mais clientes”, afirmou.

Por seu lado, o vice-presidente da Câmara de Amarante considerou que a implementação da Zona Industrial de Vila Meã será um motor de desenvolvimento para o comércio local, com o potencial de atrair mais pessoas e novos investimentos. Apelou também à paciência dos comerciantes até à conclusão das obras estruturais para eliminação das duas passagens nível na linha férrea do Douro, que estão em curso, e incentivou-os a apresentarem ao município propostas para novos equipamentos e atividades.

O conjunto de iniciativas promovidas no âmbito do aniversário da AE Vila Meã culminou com um almoço-conversa que reuniu representantes de entidades privadas e públicas em torno da questão das zonas de desenvolvimento industrial e empresarial.

Houve oportunidade para debater o potencial que as áreas de acolhimento empresarial constituem para o território, o valor que podem trazer para a nossa região, bem como as oportunidades de investimento que podem gerar.

Na sua intervenção, o primeiro secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS), Telmo Pinto, traçou um quadro geral das condições da região composta por 11 municípios, onde persistem algumas deficiências, especialmente ao nível salarial, apesar de apresentar uma balança comercial “bastante positiva”.

Entre outros pontos, defendeu um maior investimento em inovação e desenvolvimento, bem como a implementação de áreas de desenvolvimento industrial e a criação de condições para atrair trabalhadores qualificados.

A intervenção de Paulo Ferreira, vereador dos Assuntos Económicos da Câmara de Valongo, destacou o caso de sucesso da Zona Industrial de Campo, apresentando tanto o que correu bem, “como o que correu mal”, nomeadamente na perda de interesse por parte de potenciais investidores, devido à complexidade de alguns processos.

Apontou a “burocracia excessiva” como um dos principais entraves à captação de investimentos, afirmando que só a regionalização poderia agilizar os processos.

“Há entidades que têm um poder sobre o nosso território que não faz sentido”, frisou.

Para o presidente da AE Vila Meã, Geraldino Oliveira, que ao longo do dia foi insistindo na premência de se concretizar, tão breve quanto possível, a nova e ansiada Zona Industrial em Vila Meã, tem-se constatado em diversos contactos com os empresários que efetivamente é uma necessidade urgente dotar Vila Meã de um parque industrial, realçando que há empresários interessados em investir, alargar as suas empresas e potenciar os seus negócios.

“É inevitável falar em Vila Meã e não se falar na necessidade de se criar uma Zona Industrial para que mais empresas possam investir nesta região e as que já estão instaladas no concelho de Amarante, em situação de completa asfixia nos espaços onde estão a laborar, possam dotar-se de melhores infraestruturas”, comentou.

O debate encerrou com a intervenção de António Jorge Ricardo, vice-presidente da Câmara de Amarante que, de novo, realçou o empenho e compromisso do município em avançar com o novo espaço de acolhimento empresarial no centro de Vila Meã.

“Sem poder avançar com datas concretas, posso assegurar que ninguém tem mais vontade que nós em ver a primeira empresa a instalar-se e fica a garantia de que faremos todos os possíveis para que tudo se concretize no mais curto espaço de tempo”, asseverou Jorge Ricardo.

Para assegurar a logística de transporte, ao longo do dia, para os diferentes locais que marcaram o périplo de visita, em modo Dia Aberto, a AE Vila Meã agradece a disponibilidade da cedência de viaturas e colaboração da Junta de Freguesia de Mancelos e do Atlético Clube de Vila Meã.