incêndios Aboboreira

Grupo de Trabalho Intermunicipal analisou impacto dos incêndios na Serra da Aboboreira

O grupo de trabalho Intermunicipal da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira (PPRSA) promoveu, no fim de setembro, a primeira reunião para analisar o impacto dos incêndios que devastaram uma grande mancha florestal na nossa região.

O encontro teve lugar na sede da Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT), entidade gestora do projeto. Estiveram presentes técnicos dos municípios que compõem a PPRSA, o Secretário-geral da AMDT, e os professores João Honrado e Joaquim Alonso, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, respetivamente.

Devido à recente calamidade que afetou a Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira, um dos principais tópicos discutidos foi a avaliação da severidade e do padrão dos incêndios ocorridos na semana anterior. Observou-se que as áreas de matos e de povoamentos de pinheiro ou eucalipto sofreram danos mais elevados. Por outro lado, as áreas de carvalhal parecem ter ardido com menor severidade, o que pode ter ajudado a reduzir localmente a intensidade do fogo e facilitado o seu combate. Estima-se que quase 10.000 hectares, aproximadamente metade da área total da PPRSA, tenham sido afetados pelos incêndios.

Entretanto, promoveu-se uma visita técnica à Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira, no passado dia 23 de outubro, para análise no local da área ardida e avaliação do grau de severidade dos incêndios ocorridos no mês de setembro.

O grupo foi constituído por elementos das áreas do ambiente, floresta e proteção civil dos Municípios que integram a PPRSA (Amarante, Baião e Marco de Canaveses), por especialistas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da Associação BIOPOLIS, técnicos da AMDT, proprietários locais e jornalistas.

O dia contemplou verdadeiras aulas de conhecimento que se entrecruzaram com a observação a nu de valores naturais que dão sinal claro de esperança e que demonstraram ao grupo que a matéria orgânica, apesar de ter sido fustigada pelo fogo não morreu e está a dar sinais disso mesmo. Emocionalmente gratificante, a passagem pelos diversos locais, onde brotam o açafrão selvagem, a urze em pequenas manchas e a graminha, soprou para a primeira página de um livro que vai reiniciar a sua escrita de forma mais madura, com conhecimento mais aprofundado da PPRSA, perspetivando o futuro de uma forma mais assertiva.

A deslocação aos locais de Travanca do Monte, Carvalhal de Reixela, Turfeira, Aldeia de Almofrela e Aldeia da Aboboreira permitiu observar ao vivo as análises realizadas por satélite e confirmar, que de facto foi afetada de forma substancial, a parte mais importante de maior concentração de valores naturais, que foi aquela área que foi designada por área nuclear de concentração, que atinge cerca de 10 mil hectares.

A Associação de Municípios do Douro e Tâmega assumiu a realização de um relatório de visita com as constatações, dúvidas e soluções que servirá de base para um Plano de Ação a implementar na PPRSA.

Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira em implementação

Na reunião do grupo de trabalho Intermunicipal da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira realizou-se a apresentação da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira, detalhando a sua caracterização, os seus limites e o regulamento de gestão já em vigor. Além disso, foi apresentado o protocolo estabelecido entre a AMDT, a Associação BIOPOLIS e a Fundação Belmiro de Azevedo.

Foi, ainda, apresentado o geoportal da PPRSA. Este geoportal baseia-se na identificação de indicadores nucleares e nas metodologias de avaliação correspondentes, essenciais para a AMDT na tomada de decisões na área de implantação da PPRSA. Durante a reunião, foram analisadas as informações disponíveis no geoportal, os possíveis modelos de administração e as estratégias de monitorização.

Após a aprovação do regulamento de gestão, é tempo, agora, de iniciar os trabalhos com a preparação de um plano de gestão, que contemplará um programa anual e plurianual de gestão e investimento para a PPRSA, que será, posteriormente, aprovado pela Comissão Diretiva e o Conselho Consultivo da PPRSA.