Maria Inês Sá na arte cinematográfica de Amarante para o Mundo

A jovem Maria Inês Sá, 24 anos, acaba de participar no 6º ciclo de cinema Galego, Português e Brasileiro que decorreu em Tui (Espanha) a 27 de setembro deste ano. Nascida em Amarante e atualmente a residir em Fafe, levou até território galego talento desta região do Norte do país com a curta-metragem “Imersão” para, de certa maneira, nos fazer representar no ciclo de cinema que, este ano, teve como tema Mulheres-Património-Sociedade.

“A motivação para eu realizar a curta-metragem foi dar visibilidade à Arte Urbana de Fafe, para um dia conseguir estar inserida num projeto de Street Art onde já estão outras cidades portuguesas”, conta a aluna da Universidade do Minho (UMinho) que realizou este projeto para a unidade curricular da disciplina de Laboratório, Criação e Comunicação na Arte e Cultura do mestrado de Comunicação.

“A curta-metragem faz uma reflexão entre a tecnologia e arte, como os instrumentos que hoje temos à disposição podem potenciar ou ameaçar a autenticidade da criação artística”, revela com entusiasmo.

Ao trabalho juntou a arte de dois amigos, por só assim lhe fazer sentido. Do Marco de Canaveses surgiu o talento da amiga Maria Nazário, que conheceu no Colégio de Gonçalo. “O poema Imersão dá vida à curta-metragem e sem ele não ia ser a mesma coisa”, confessa a Maria Inês.

Também está lá a música do produtor marcoense André Monteiro “inteiramente produzida por ele”. Revela a Maria Inês que “dar palco a outros talentos e trazer reconhecimento para estes artistas da região é o que me entusiasma também”.

O 6º ciclo de cinema Galego, Português e Brasileiro foi promovido pelo Conselho da Cultura Galega (CCG) Universidade do Minho, município de Tui entre outras entidades. A curta-metragem de Maria Inês Sá, sobre os murais urbanos de Fafe, foi um dos dois trabalhos portugueses apresentados.

“Eu quis interligar a cidade de Fafe, o resto de arte na região e os artistas que são poucos conhecidos e que merecem exposição”, considera, com a certeza que o caminho que quer seguir é este.

Foi aluna do Colégio de S. Gonçalo e da Escola Secundária de Amarante de 2016 a 2018, num percurso pautado pela busca do conhecimento que a cativava. Chegou depois ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo para a curso de Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas e atualmente frequenta o segundo ano do mestrado em Comunicação da UMinho.

“Adoro a cidade de Amarante, é um sítio muito inspirador, ao qual volto muitas vezes em visita à família” revela.

“Estudei Design no Colégio S. Gonçalo, onde deixei muitos contatos e construí muitas amizades, no entanto mudei para a secundária de Amarante a fim de fazer o exame de história da Arte para continuar o meu percurso académico”, lembra.

“Amarante é uma comunidade com um toque artístico”, realça.

Com uma mente criativa e sempre com projetos novos a Maria Inês revela-nos que “neste momento o trabalho concentra-se na tese de dissertação fazendo um estudo ao monumento da Justiça de Fafe”.

“Quero saber o que a população pensa daquele monumento e que conhecimento há em várias gerações e a partir disso dar voz à comunidade e torná-la num projeto artístico, com uma exposição ou um documentário”, adianta.

Com o toque artístico de Amarante que parece tê-la contagiado, Maria Inês continua a levar a arte da região para o Mundo. Espanha foi só a porta de entrada.

Esta é uma conversa com a jornalista Bárbara Rola, que também pode ser ouvida em podcast.

Bárbara Rola