A alcunha “Miss Incrível” foi-lhe dada na Universidade de Aveiro, mas esta maneira de ser “multitasking” da Ana Isabel Teixeira parece já estar no sangue.
A Miss Incrível, alcunha que ficou até hoje, traduz o que esta jovem de 24 anos fez do seu percurso de vida até agora: completo, diversificado e cheio de desafios.
A Ana Isabel é conhecida na comunidade vilameanense pela sua voz e interpretação capaz de arrebatar a atenção de todos. Foi precisamente em Vila Meã onde nasceu, cresceu e vive, depois de regressada dos anos em Aveiro a estudar Engenharia Industrial. A paixão pela música alia-se ao gosto pelo desporto, pelas atividades em grupo e pela socialização, o que leva a Ana Isabel a ter projetos novos em que gosta de estar integrada.
O seu gosto pela música começou a despertar aos 14 anos, como nos conta: “cedo, em brincadeiras com a família, depois em karaokes, e na Escola de Música, em Real, onde tive oportunidade de estudar, aprendi a tocar guitarra e vi que era a cantar que era mais feliz”.
Considera que sempre foi um hobby e nunca pensou em fazer disso carreira, mas certo é que já passou por vários grupos que a afirmaram como cantora.
“As coisas foram evoluindo e não querendo fazer desta carreira, quero profissionalizar-me e não descurar a minha formação musical”, afirma.
Passou por vários grupos como os Ode Lídia, que levou o poema “Asas de Papel” do autor marcoense Raul Minh’Alma para a música em tempos de confinamento. Passagem ainda pelo grupo de fado novo “Inversos” e mais recentemente a colaboração com o compositor Rui Mesquita, além de projeto “Mário Preso”, de rock e pop português.
“Sempre foi um hobby na minha vida, canto sozinha desde os 14 anos em pequenos concertos, festas privadas, festas da terra e isto foi evoluindo”, revela.
“Identifico-me bem com todos os registos, mas o fado é algo que aparece na minha vida mais tarde, mas é o estilo que me dá mais prazer cantar”, confidencia.
O interessante é que lhe dá prazer sair da zona de conforto: “gosto de ter projetos novos todos os dias, desde dar concertos a criar músicas que são desafios diferentes e é isso que me motiva e tenho tido sorte, como estou grata pelas oportunidades que têm surgido”.
O associativismo também parece estar-lhe na alma, pois começou cedo em atividades sociais. “Comecei com os colegas da escola (Externato de Vila Meã) em feirinhas, a pôr em prática ideias de empreendedorismo”, recorda.
Juntamente com os amigos da escola e da catequese, a Ana integra-se em grupos para criar pequenas atividades que hoje, reconhece, trouxe-lhe” soft skills” tão importantes a nível pessoal e mesmo para a sua atividade profissional.
“Os engenheiros são contratados para resolver problemas e hoje, com toda essa bagagem que adquiri, faz sem dúvida a diferença”, considera, apontando o gosto na logística e na área da produção, que “imagino a seguir um percurso profissional por aí”.
Jogadora de futebol federado, passou pelo Futebol Clube Romariz, reconhecendo que a experiência de futsal no Externato de Vila Meã a despertou para levar o desporto mais a sério.
“Ainda hoje vemos o futebol feminino a crescer aos bocadinhos e esta experiência que eu tive é muito positiva para despertar o interesse pelo desporto no feminino”, comenta Ana Isabel, que esteve dois anos a jogar futsal na equipa formada no Externato de Vila Meã e depois ingressou na formação do Romariz (equipa de Lousada). Ainda na universidade jogou futsal na equipa do seu curso.
É agora engenheira industrial numa empresa de marroquinaria de luxo, trabalho que lhe ocupa a maior parte do tempo e que a realiza. Diz-me que “na Engenharia Industrial olhamos para uma qualquer indústria e percebemos como se pode otimizar as coisas, num problema como poderemos resolver ou mesmo melhorar na eficiência e ganho para a empresa”.
“Quando me deparo com um projeto novo o que mais me motiva é abraçar o desconhecido, sair da zona de conforto. As coisas que me dão mais dores de barriga são as melhores coisas da vida”, confessa e diz-nos que o lado desafiador das coisas são o que mais alegria lhe trouxe.
Com a experiência que este trajeto de vida lhe tem dado, tem sempre o seguinte pensamento quando está nervosa: “quando estás a dar o teu melhor isso é o suficiente”. Esta, considera, é uma espécie de mantra que a consegue acalmar e fazer dar o melhor de si em todas as situações.
“Sou uma pessoa hoje mais forte e mais consciente do que consigo ser”, assegura. Crescer em Vila Meã também lhe deu a experiência que a tornou numa pessoa segura e com um futuro promissor. “O segredo são as pessoas”, conclui.