25 anos! É muito tempo? É pouco tempo? Não interessa nem é discussão que se coloque em cima da mesa. O tempo é uma conceção filosófica e meramente humana, numa dimensão onde compartimentamos os acontecimentos da nossa vida para melhor a entendermos, porque somos frágeis e incapazes de alcançar a grandiosidade do infinito. O tempo é, pois, uma espécie de controlo que o homem criou para otimizar a sua relação com a História e com o seu papel no Universo. Todo este fraseado serve de introdução para reafirmar e recordar que o nosso jornal, o Jornal de Vila Meã, está de parabéns. Como diz Saramago, somos nós que devemos tornar o dia festivo diferente, para não ser igual a tantos outros. Mas acrescente-se que foram os dias muito iguais que antecederam este que lhe deram origem.
A História revela-nos que foi no século XVII que o jornalismo periódico começou a despertar em Portugal, o mesmo tendo acontecido noutros países da Europa. Em 1641, e graças à necessidade de propagandear a Restauração da Independência, começou a circular um jornal periódico, em forma de pequeno opúsculo, a “Gazeta”, inspirada em “La Gazette” francesa de 1631; as publicações foram alvo de alguma irregularidade até 1647, ficando conhecidas como “Gazetas da Restauração”. A segunda publicação periódica estável denominava-se “Mercúrio Português”, cujo principal objetivo era relatar as novidades da Guerra da Restauração.
Muito evoluiu o jornalismo, com avanços e recuos como é próprio do crescimento, enfrentando desafios, como a imposição no século XX da radio e mais tarde da televisão, a censura e o controlo durante o período ditatorial, ao qual se seguiu, depois da revolução de abril, o grande período de liberdade de imprensa. O jornalismo vive atualmente um novo desafio: a hegemonia das redes sociais, céleres, atuais, capazes mesmo de antecipação dos acontecimentos.
O Jornal de Vila Meã teve a capacidade de se adaptar ao online e continua vivo, a desempenhar a sua nobre missão: estabelecer o compromisso de comunicação entre a notícia e a comunidade, partilhando, ouvindo, fotografando, reproduzindo, aconselhando, dando voz a quem precisa.
És um sobrevivente! Parabéns, Jornal de Vila Meã!