Para o presidente da Junta de Freguesia de Travanca, Fernando Cunha, a expectativa é grande e o entusiasmo do envolvimento nesta Bienal de Artes Performativas também é elevado, pois reconhece que a iniciativa artística permitirá ao público usufruir de um espaço monumental com um enquadramento excecional e aos residentes assistir a novos espetáculos com diferentes e distintas abordagens.
“Temos uma grande expectativa. É uma novidade e estamos envolvidos desde o primeiro momento na valorização do património e fomento da expressão artística que aqui tão bem se conjuga”, comenta.
“Esta é uma oportunidade para mostrar o Mosteiro de Travanca e, ao fazê-lo, vamos valorizar também a nossa região que é Vila Meã”, realça.
Em destaque na programação desta primeira edição do BapAmarante, a estreia absoluta de Amanhãs de Ontem de Gustavo Ciríaco, uma reflexão sobre as artes performativas e os processos de cognição humana que explora as diferentes camadas da nossa aprendizagem do mundo. Em estreia nacional, Mutter de Bernardo San Rafael, uma instalação e performance de dança que explora a distância social e as tensões culturais e políticas nas relações humanas contemporâneas. O programa do evento inclui ainda: Aqui enquanto caminhamos, de Gustavo Ciríaco e Andrea Sonnberger, uma caminhada performativa pela cidade de Amarante, e NuMeio – Bailão, de Filipa Francisco e Bruno Cochat, uma obra que reflete sobre o amor, os desencontros e o quotidiano através do fado e da música.
No plano das conversas, a apresentação do livro Práticas Artísticas, Participação e Política, de Hugo Cruz e um debate sobre a importância da Bienal no contexto da região, BapAmarante, Porquê?. No campo das oficinas artísticas, a bailarina e coreógrafa Gaya de Medeiros trabalhará com um grupo de pessoas seniores em Adiar o Fim. A mesma artista vai ainda partilhar com o público o processo de criação para a sua nova criação, Cafezinho, onde explora a relação com a vida, a depressão, o envelhecimento e o futuro. No mesmo plano, o coreógrafo brasileiro Renan Martins falará Guerrilla, peça onde investiga a possibilidade da dança como espaço de rememorização, para celebrar o trabalho do compositor minimalista, queer e negro, Julius Eastman.