Vila Meã Viola's Fest

Encontro internacional de tocadores de viola no Vila Meã Viola’s Fest

Vila Meã recebe, nos dias 4 e 5 de Maio, o Vila Meã Viola´s Fest no cineteatro Raimundo Magalhães. Toda a versatilidade musical da viola tradicional vai ser mostrada neste encontro multicultural, que vai receber diversos tocadores e músicos.
Eduardo Costa é o mentor desta iniciativa. Considerado um mestre tocador dos maiores conhecedores da viola amarantina, traz até Vila Meã o primeiro festival internacional de cordofones e o encontro internacional de Violas de Arame, tendo como principal entidade patrocinadora a Junta de Freguesia de Vila Meã.
Falamos com Eduardo Costa para saber mais deste extraordinário evento musical que Vila Meã recebe pela primeira vez.

Como foi preparado e o o que podemos esperar desta primeira edição do Vila Meã Viola’s Fest?
Eduardo Costa – Vamos ter um festival de uma qualidade enorme. Será um dos maiores eventos em Portugal dentro daquilo que é a temática das violas tradicionais e das violas de arame. É a primeira vez que um festival destes é feito em Amarante.

Foram feitos outros encontros, mas numa dimensão mais pequena. Eu alarguei o conceito do festival para além das violas de arame e por isso ele vai realizar-se com dois concertos diferenciados: o festival dos cordofones, que é onde a viola amarantina dá ênfase e valor, e depois o encontro das violas de arame que vem na sequência de encontros em que eu já participei, tanto no Brasil, como cá em Portugal, mais especificamente no Alentejo.

Vai ser um festival multicultural. Vão estar presentes e apresentar-se ao público três músicos brasileiros e cinco portugueses.

Teremos o Grupo Violas Encantadas, formado por três pessoas que entrecruzam música brasileira com música tradicional portuguesa, tocam com quase todas as violas tradicionais. O Campaniça Trio com Pedro Mestre, e os tocadores José Bento e David Pereira apresentam o canto alentejano com a viola campaniça. Ainda vão aturar o Duo Ziarós, os brasileiros Bruno e Filipe, e o Duo Gevar – eu próprio, Eduardo Costa e Cláudia Oliveira.

Vamos ter ainda uma mostra de violas, que é uma mostra pessoal que levo para exposição.

Que reconhecimento tem a viola amarantina neste festival e que projeção é que ganha?
Eduardo Costa – Efetivamente é essa a ideia, uma festa da viola. Eu criei o Viola’s Fest e este ano com a realização do Vila Meã Viola´s Fest é claramente uma festa em torno da viola de Amarante. Tudo surge a partir e com envolvimento da viola amarantina e sobretudo do meu projeto “Viola Amarantina renascida”. Agora eleva-se para outro patamar.

De que maneira outros músicos internacionais vêm acrescentar valor ao festival da viola em Vila Meã?
Eduardo Costa – Os grupos convidados vêm dar um toque especial ao festival. A música brasileira e os músicos brasileiros têm um nível elevadíssimo de qualidade e de profundidade naquilo que é a musical tradicional brasileira e da música em geral. Com os contatos que tive quando fui ao Brasil e noutros encontros que frequentei, percebi que essa qualidade tem de ser aproveitada e projetada. Afinal a viola que chegou ao Brasil, Madeira e Açores, foi levada pelos navegadores portugueses. Tudo partiu da viola portuguesa de arame, a viola tradicional.

Fazem este festival no ano em que celebramos os 50 anos de Liberdade em Portugal, foi propositado?
Eduardo Costa – Curiosamente não, no entanto Abril também se fez com música e por isso é uma feliz coincidência. Fazemos este festival em Maio, em pleno ano a comemorar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, muito também pela Junta de Freguesia de Vila Meã ser o grande promotor e patrocinador, e creio que seja o princípio de um festival que vai ser muito grande e estou convencido que vai continuar por Vila Meã, ser uma constante e ter cada vez mais qualidade.

Que convite faz à população?
Eduardo Costa – O convite está aberto a quem quiser vir assistir. A junta de freguesia de Vila Meã tem de ser contactada para reservar os lugares, que são gratuitos, mas têm de ter inscrição obrigatória. Eu também disponibilizo bilhetes/ convite através de pedido nas minhas redes sociais (Eduardo Kosta).
Gostarei muito de ver todos no cineteatro Raimundo Magalhães a 4 e 5 de Maio.

Conheça os artistas do Vila Meã Viola’s Fest
Duo Ziarós

Este é um duo jovem brasileiro composto por Filipe Resende e Bruno Takashy. Realizaram a sua primeira tornée internacional em 2018 quando lançaram o EP “Viola de Aroeira”. Já realizaram apresentações, concertos e oficinas de viola em alguns países europeus como Portugal, França e Bélgica. Em 2022 retomam a solo europeu para uma segunda tornée com concertos em Portugal, Inglaterra e Bégica para apresentar o álbum “Viola e ténis”.

Duo Gevar

A dupla é composta por Eduardo Costa e Cláudia Oliveira. Surge do projeto Grupo Escola Viola Amarantina Renascida do qual Eduardo é o mentor e a Cláudia uma aluna, que há dez anos ingressou na escola tal era o seu gosto por aprender a tocar viola. Atualmente a Cláudia frequenta um curso superior de música. Apresentam um reportório diverso com a inclusão de outros instrumentos. Juntos levam a viola amarantina de Norte a sul do país.

Violas EnCantadas


O projeto Violas EnCantadas junta dois portugueses e um brasileiro. José Barros, Fernando Deghi e Ricardo Fonseca.
O que os une é a paixão pelas violas de arame. Cruzam os sons da viola portuguesa e da viola caipira e juntam-lhe o canto português e brasileiro.
“A cultura portuguesa e brasileira unidas onde a lonjura atlântica já não se sente”.

Campaniça Trio

O “Campaniça Trio” é composto por Pedro Mestre, David Pereira e José Diogo Bento.
Desde Janeiro de 2012 procuram manter a tradição e a originalidade da Viola Campaniça. São tocadores da região do Alentejo e apresentam ao público o mais genuíno repertório campaniço.

Bárbara Rola