“Não poderia haver felicidade, jovialidade, esperança, orgulho, presente, sem o esquecimento.” Friedrich Nietzsche

O mês de julho é, sem dúvida, o mês dedicado às festas e romarias. Merecido. Merecido, mais do que nunca, dirá o bom senso, depois da má experiência que se abateu sobre todos e que todos pretendem esquecer. Talvez o esquecimento seja o familiar mais próximo da felicidade. Assim, todos podemos ser felizes, esquecendo durante algum tempo as guerras, as fomes, as injustiças, as irresponsabilidades que vitimam milhares de espécies, os desastres climáticos, os incêndios, o que não quer dizer que as calamidades referidas deixem de existir.

Julho é o sétimo mês do ano no Calendário gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Julho deve o seu nome ao Cônsul e ditador romano Júlio César (100-44 a.C) sendo antes chamado Quintilis em latim, dado que era o quinto mês do Calendário Romano, que começava em março. Também recebeu esse nome por ser o mês em que César nasceu. É, em média, o mês mais quente na maior parte do hemisfério norte, onde é o segundo mês de verão, e o mês mais frio em grande parte do hemisfério sul, onde é o segundo mês de inverno. A segunda metade do ano começa em julho. No hemisfério sul, julho é o equivalente sazonal de janeiro, no hemisfério norte. Na Igreja Católica este mês é dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus.

O parágrafo anterior teve apenas como objetivo repescar e partilhar alguma informação pertinente para o leitor, pois continuo a acreditar no poder das palavras e na magia que elas escondem, claras e frontais, dando azo à máxima de que o saber não ocupa lugar. Por outro lado, e vem a propósito referir, que é mais que certo que os saberes devem ser repisados, repetidos, para evitar que deslizem mais depressa do que o azeite para a área do esquecido. E retirar algum proveito daquilo que lemos é mais uma vitória deste ato que só não está em vias de extinção graças a algumas teimosias, benfazejas, claro está, embora considere que nos tempos que correm muitas vezes se escreva para a prateleira, ou com mais propriedade, para o lixo ou para a reciclagem, aplicação presente e necessária em todos os computadores.

É habitual dizer-se que antigamente a felicidade e a alegria associada eram mais certas, porque não se sabia realmente o que estava a acontecer, para lá do pequeno mundo que rodeava as pessoas. Acontecia como hoje acontece, simplesmente não tinham conhecimento disso. Hoje o mundo entra-nos pela casa dentro, como já tive oportunidade de escrever, graças às redes sociais, que têm também, ressalve-se, a sua faceta de dignidade e de valia, embora a maior parte priorize o momento, o efémero, o riso, como motor ideal da sublimação terapêutica, a crítica e o ridículo, mas sobretudo graças ao ecrã cada vez maior da televisão. Para evitar que as calamidades acima referidas intimidem ou perturbem a nossa tão fugaz felicidade, a nossa tão ansiada paz de alma, basta desligar o ecrã e estaremos a salvo! Concentremo-nos, pois, no mês de julho, no mês do lazer, das férias, das festas e das romarias. Estas são também marca de um património nacional e cultural que é necessário preservar. Sinais da passagem do homem pela história, que urge visitar, para fazermos parte dela – e estes não podem ser esquecidos para nos sentirmos mais presentes, para sermos mais felizes e mais completos.

Se não pudermos ir à festa ou à romaria, então descansemos, que bem merecemos.