O Cineteatro Raimundo Magalhães recebeu, a 9 de junho, a estreia de “Não sou como a figueira”, a nova criação dramatúrgica da PELE, com dramaturgia de Sara Barros Leitão e direção-artística de Inês Lapa e Catarina Carvalho Gomes.
Este espetáculo conta com a participação de várias gerações de amarantinos.
Um espetáculo desenhado para se estrear “renovado” em (e a partir de) cada geografia.
Em Amarante, o coro é constituído por um grupo comunitário e pelo grupo do CLAP, “as Bravas do Marão”, contando com participantes dos 12 aos 88 anos.
“Na cozinha, por mais pequena que seja, cabe sempre mais um.
Na cozinha, é onde toda a gente quer estar, mesmo quando não tem nada para fazer.
A cozinha pode ser qualquer lugar em que pessoas se encontram e partilham, como o teatro.”
Em “Não sou como a figueira”, durante o tempo de cozedura de uma sopa, encontram-se três gerações de mulheres. São irmãs, mães, filhas, sobrinhas, tias umas das outras. Entre conversas que são como as cerejas, prepara-se a comunicação de uma decisão inesperada. Naquela cozinha cheia de mulheres tão diferentes, cabem todas as formas de olhar para o mundo.
A nova criação dramatúrgica da PELE surge a partir de um legado feminino, colhido e explorado em coletivo ao longo do projeto ENXOVAL, que cruzou territórios e gerações em torno de um património imaterial, símbolo de tradição, questionamento e mudança.
Ao longo do processo de construção do espetáculo, um núcleo de 9 mulheres de diferentes contextos e gerações deu corpo às palavras tecidas em conjunto, encarnando as inúmeras histórias de outras bravas que nelas se inscrevem.
O espetáculo inclui a participação comunitária de um Coro poético de corpos, vozes e desejos comuns.
“Não sou como a figueira” conta com financiamento da Direção Geral das Artes e coprodução da Câmara Municipal de Amarante, Teatro Narciso Ferreira e Novo Ciclo ACERT.