identidade cultural e gastronómica

AE de Vila Meã promove identidade cultural e gastronómica

O Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião, foi o cenário privilegiado que, no passado dia 13 de abril, acolheu o evento “À Descoberta da identidade do Made in Tâmega e Sousa” que contou com a presença da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira.

À semelhança das iniciativas que tiveram lugar no Mosteiro de Travanca, em Amarante, e Mosteiro de Pombeiro, em Felgueiras, a Associação Empresarial de Vila Meã também realizou, ao longo da tarde, um workshop com a participação de vários produtores da região a que se seguiu mais um momento de degustação compreendendo a terceira edição desta iniciativa que visa a promoção dos produtos endógenos da região.

This slideshow requires JavaScript.

 

O workshop teve início com uma visita guiada ao lagar e à quinta do Mosteiro de Ancede, por Alexandre Miguel, do Município de Baião. Num terroir único, com cerca de 19 hectares, destinado, sobretudo, às vinhas da casta Avesso, é produzido desde 2011 o vinho verde Lagar do Convento. O início da produção vínica, neste espaço, remete-nos, contudo, para o século XVIII, altura em que foi construída a sua adega. Em seguida, os participantes tiveram a oportunidade de participar de uma sessão de brainstorming e networking, no auditório do mosteiro, sob o tema “Maximização dos Recursos Internos: Desenvolvimento de Produtos e Melhoria”, onde foram identificadas as principais dificuldades dos produtores do território e possíveis soluções.

A parte cultural teve início com uma visita guiada ao exterior do mosteiro e ao seu Núcleo de Arte Sacra, dando-nos a conhecer a história de um dos mais notáveis conjuntos monásticos do Norte de Portugal. A literatura e a música também estiveram presentes, através da intervenção autoral de Fernando Soares; da interpretação de textos de Miguel Torga e Eça de Queiroz pela professora Cidália Fernandes; das atuações do professor Eduardo na Viola Amarantina; e do jovem músico baionense João Azeredo, na voz e guitarra clássica.

A proposta gastronómica decorreu em dois momentos distintos: no refeitório do Mosteiro, com um showcooking que deu a conhecer diferentes produtos do território e na ruína consolidada da cozinha, que tem uma imponente chaminé, onde foi servido um prato de conforto, um arroz de cabidela cozinhado no pote, ao lume.

A ementa, elaborada com ingredientes fornecidos por diferentes produtores locais – visitados na semana que antecedeu o evento – e confecionada pelo chefe coordenador Renato Cunha e pelo chefe convidado António Queiróz Pinto, trouxe ao paladar e ao olfato a imensidão das nossas serras, rios e quintas, dando a conhecer o que de melhor se produz no Tâmega e Sousa. As ervas aromáticas do território foram trabalhadas e servidas pela Infusões com História, tendo desempenhado o papel crucial de auxílio condimentar e harmonizador:

  • Sumo de Kiwi;
  • Terrina de anho / jus de cebola / espargos | Infusão Estival;
  • Truta de escabeche / morangos mara de bois / mostardas | Infusão Floral + Tomilho-Limão;
  • Aba de Arouquesa / creme de feijão branco / ervilha de quebrar | Montanha de Sensações + Cidreira + Lúcia-Lima;
  • Fava nova / salpicão de língua de porco | Infusão Mística + Erva-Príncipe;
  • Arroz de cabidela com galos de raça preta lusitânica | Infusão Balsâmica;
  • Aletria de gemas | Infusão Românico Português + Hortelã-Pimenta.

Ao final do encontro, o crítico gastronómico Vicente Themudo de Castro compartilhou com os convidados algumas palavras de apreciação sobre este pairing, proporcionado aos convidados uma viagem sensorial pela ementa degustada.

Com a implementação deste projeto pretende-se exponenciar os produtos endógenos da região do Tâmega e Sousa, através da sua rica gastronomia, associando a cultura de genuínas tradições musicais e notáveis autores com umbilicais ligações ao território, bem como património natural e histórico.

No âmbito desta dinâmica, denominada À Descoberta da Identidade do Tâmega e Sousa, é importante destacar a participação de Renato Cunha, chefe coordenador destes eventos gastronómicos, que convidou para o acompanhar na confeção dos menus para esta experiência o chefe António Queiroz Pinto, do Restaurante de Tormes, o chefe Pedro Machado, do Restaurante Verdial, no Mosteiro de Pombeiro, em Felgueiras, e o Chefe Miguel Cardoso, do Restaurante Pena, no primeiro evento, em fevereiro, no Mosteiro de Travanca.

Destacar ainda a colaboração da Infusões com História, através do Miguel Moreira, que nestes três eventos trouxe plantas aromáticas do Tâmega e Sousa.

Enaltecer os momentos culturais, na companhia das palavras de Eça de Queiroz e Miguel Torga, em textos escolhidos e declamados pela prof. Cidália Fernandes, autora e diretora do nosso Jornal de Vila Meã e a intervenção especial de Fernando Soares. Destacar ainda a harmonia dos sons da Viola Amarantina, interpretados pelo prof. Eduardo Costa da associação Amigos da Viola Amarantina e por fim a presença do jovem músico João Azeredo, natural de Baião.

O Made in Tâmega e Sousa além da execução dos eventos referidos e de ações de capacitação com os produtores da região, está a disponibilizar uma monografia dos produtos endógenos, um plano estratégico, um guia de inovação, um vídeo promocional, um portal, uma aplicação móvel, uma revista de receitas, bem como a comunicação de todas estas atividades no Facebook e Instagram.

O projeto Made In Tâmega e Sousa é promovido pela Associação Empresarial de Vila Meã, em parceria com entidades locais, representando um investimento aproximado de 200 mil Euros, cofinanciado pelo Programa Norte 2020, através do FEDER.