Made In Tâmega Sousa

À descoberta da identidade Made In Tâmega e Sousa potencia atratividade do território

O projeto Made In Tâmega e Sousa convida, em três ocasiões distintas, profissionais do sector do turismo, a (re)descobrir o património cultural da região, através da degustação de receitas confecionadas com produtos endógenos, a apresentar diferentes registos, em termos de proposta gastronómica.

Os eventos decorrerão em três mosteiros da Rota do Românico, lugares improváveis, mas bem apropriados para este tipo de experiências, e contemplam a degustação de receitas confecionadas com produtos endógenos “a quatro mãos” com a participação do chefe coordenador, Renato Cunha, e os chefes convidados para cada iniciativa.

“O que nós pretendemos assenta na valorização e na promoção daquilo que é autêntico do território, através dos seus produtos, através dos seus produtores e através do seu ADN”, comenta o chefe Renato Cunha.

A cozinha que Renato Cunha preconiza tem como principais ingredientes os produtos com identidade portuguesa e de preferência com origem numa agricultura sustentável – uma cozinha manifestamente de raízes populares, com grande rigor técnico e temperada com criatividade e inovação.

“Queremos documentar tudo isto para podermos propagar o sinal, contagiar outras pessoas e estimular a utilização desses mesmos produtos, reproduzindo, com algumas pistas nossas, o receituário que vamos apresentando nestes eventos gastronómicos e que pretendem realçar o máximo da genuinidade que compreende o valor endógeno de cada um dos produtos”, adianta Renato Cunha.

Refira-se que o receituário das principais propostas apresentadas em cada momento gastronómico será documentado em uma revista de receitas, para instigar o interesse na utilização dos mesmos produtos por outros operadores dentro e fora do território, bem como pelos consumidores.

Para Miguel Moreira, da Infusões com História, o propósito é envolver as pessoas que, nestes eventos, são convidadas a ter uma experiência, sobretudo gastronómica, mas também muito sensorial e emocional e isso é que vai ser efetivamente diferenciador.

Nos três eventos serão utilizadas plantas aromáticas do Tâmega e Sousa, como condimentos, mas também servidas em infusões, que serão harmonizadas com a gastronomia apresentada pelos chefes, num conceito criado pela Infusões com história, o Tea Experience.

“O desafio é converter o nosso belíssimo património aromático, do território do Tâmega e Sousa, não só em apoio e auxílio condimentar, mas também na harmonização entre o que vamos comer e o que vamos beber”, refere Miguel Moreira.

Depois de Travanca, em que os convivas acompanharam, no aconchegante claustro do mosteiro, o processo de confeção das receitas com técnicas ancestrais, num showcooking com potes de ferro fundido e fogo vivo, segue-se Pombeiro, em Felgueiras.

No Mosteiro de Pombeiro, a 16 de março, o serviço será realizado numa mesa única, num registo mais formal, com menu degustação. Em Ancede, a 13 de abril, serão apresentados dois momentos: o primeiro, no antigo refeitório com showcooking e serviço em pequenas doses, para mostrar os produtos de forma mais criativa; o segundo, na zona das ruínas da cozinha, que tem uma chaminé imponente, para o culminar com um ou dois potes, a confecionar um prato de conforto.

Para homenagear mais uma vez o território, a animação musical e literária terá excertos com viola Amarantina e declamação de poesia, tendo como inspiração autores notáveis do território, nomeadamente o poeta António Nobre, Nuno Higino e Eça de Queiroz. Refira-se que no mosteiro de Travanca foi homenageada, Agustina Bessa-Luís.