Reprogramação PRR

Reprogramação PRR contempla mais 2300 milhões euros

O presidente da estrutura Missão Recuperar Portugal, Fernando Alfaiate, adiantou, em entrevista conjunta ao Jornal de Notícias e à TSF, que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) avança já em janeiro e inclui um valor adicional de 2300 milhões de euros para Portugal.

“O investimento público em Portugal é, e deverá ser, motor para o crescimento económico. A concretização do investimento previsto no orçamento para o próximo ano é para nós uma motivação. Há muita esperança nessa concretização e acreditamos que, se assim for, podemos garantir o crescimento económico de Portugal, num contexto que não é o mais favorável. As perspetivas das entidades internacionais asseguram um crescimento que, embora modesto, é muito positivo comparativamente a outros estados-membros”, comentou.

“Sobre a execução do PRR temos de explicar às pessoas que a execução é direcionada por objetivos e resultados que, tendo sido concretizados, são reportados para a Comissão Europeia, para que, a cada semestre, possamos ter uma validação dessa execução”, acrescenta, revelando que se conseguirá “validar perante a Comissão Europeia 3400 milhões de euros. Equivale a 21% de toda a dotação, isto é, temos 21% dos fundos do PRR comprovados perante a Comissão”.

A reprogramação do PRR contempla um valor adicional de 2300 milhões de euros para Portugal. Mas, Fernando Alfaiate, alerta que a “inflação não irá permitir receber mais dinheiro, irá permitir fazer ajustamentos na execução de investimentos. Havendo metas que fixavam determinado valor, podem ser reduzidas quantitativamente para um valor menor ou ser alargado o prazo da sua execução”.
“Temos de ser muito realistas e ver exatamente quais são os investimentos exequíveis a curto prazo, porque o país necessita desse investimento e não podemos andar sempre a empurrar para o futuro. Obviamente que a incerteza é grande. Não posso é estar aqui a fazer futurologia e, portanto, vamos trabalhar com aquilo que temos agora”, acentua.

Para o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Alexandre Meireles, os investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência têm que começar a fazer efeito na economia no próximo ano 2023.

Em entrevista concedida à TSF o líder da ANJE assume que o Governo não pode perder a oportunidade dada pelo PRR até porque a maioria dos fundos serve para “dinamizar a máquina do Estado” e de forma indireta “baixar os custos de contexto para as empresas”.
Por outro lado, o presidente da ANJE critica a pouca penetração do Banco de Fomento no apoio às empresas porque o acesso às linhas de financiamento é demasiado complexo devido à burocracia.