Manhã de quinta-feira, 20 de outubro, dia em que se assinalam 22 anos de abertura de portas na Associação Empresarial de Vila Meã.
Para assinalar mais um ano de atividade associativa na defesa, promoção do interesse e atividade económica na região, decidiu-se sair de entre portas e visitar algumas empresas locais e estabelecimentos comerciais em Vila Meã.
Logo pela manhã saímos da AE Vila Meã para dinamizar um Dia Aberto com o objetivo de potenciar a proximidade com os empresários locais e auscultar aquelas que são as potencialidades, oportunidades e preocupações da realidade industrial e comercial no contexto atual em Vila Meã.
Encontro marcado, pelas 9h00, na Mecurito, um elegante espaço comercial de veículos clássicos, onde nos aguardavam os gerentes e irmãos Celma e Pedro Pinheiro, que é também um dos vice-presidentes da associação. Ponto de encontro para o início do Dia Aberto, que realça também a dinâmica, importância e influência da ação da AE Vila Meã na região em dia de comemoração de 22 anos de atividade.
A visita às empresas e comércio local foi orientada pelo corpo técnico e diretores da AE Vila Meã e acompanhada, em diferentes momentos, pelos presidentes de junta de Vila Meã, Travanca, secretário da Junta Mancelos e pelos vereadores da Câmara Municipal de Amarante, António Jorge Ricardo e Rita Batista.
Tudo pronto. Arrancamos para um dia bastante preenchido e enriquecedor, expectantes e muito receptivos quanto à percepção “in loco” que íamos absorver nas diferentes empresas, de diversificadas áreas de atividade, que programamos visitar.
Entretanto, na Mecurito, antes de sair para o Dia Aberto, fizemos uma curta visita, guiados pelo Pedro Pinheiro, ao valioso parque automóvel preenchido de verdadeiras preciosidades clássicas.
“É importante perceber a viatura clássica como um verdadeiro investimento ou mesmo uma aplicação financeira, muito para além de um carro de gosto pessoal, que também o pode e deve ser”, explica-nos Pedro Pinheiro, acompanhado pela irmã Celma, revelando que o investimento em clássicos sempre foi favorável e que cada vez mais são considerados uma excelente aplicação financeira e por isso é que se está a investir muito nesta área.
Mas para se entender melhor a dimensão deste nicho de mercado saímos da Mecurito em direção a um importante parceiro que se dedica primorosamente à recuperação e restauro de viaturas clássicas. A comitiva, composta por Geraldino Oliveira, presidente da AE Vila Meã, Pedro Pinheiro, vice-presidente, Rosário Meneses, diretora executiva, Fernando Cunha, presidente da Junta de Travanca, o vice-presidente da Câmara Amarante, António Jorge Ricardo e os técnicos consultores da associação, Miguel Carvalho e Daniel Ribeiro, iniciam o périplo de visitas pela oficina mecânica de Luís Teixeira.
Aqui constatamos a importância da relação e parceria empresarial que fortalece o posicionamento das empresas no mercado, sobretudo com melhor e maior capacidade de corresponder ao exigente, mas rentável mercado externo. À entrada da oficina, Pedro Pinheiro, da Mecurito, explica que o Luís Teixeira, potenciando o seu conhecimento e mestria na mecânica automóvel, aceitou o desafio de unir esforços e juntos acrescentar à notabilidade da Mecurito na comercialização de viaturas clássicas, uma nova componente de recuperação e restauro com toda a especificidade da valorização de origem clássica.
E o resultado desta parceria que confia à Mecurito a promoção e comercialização das viaturas e à oficina do Luís Teixeira o restauro meticuloso dos veículos clássicos, é categórico e que se traduz numa média de 24 viaturas clássicas em restauro e cerca de 50 veículos em stock a aguardar intervenção.
“O tempo de recuperação de um clássico pode variar entre três meses até cerca de dois anos, considerando-se, pelo seu pormenor minucioso, um trabalho de artesão, muito dedicado para que o resultado final seja perfeito, mas de grande realização quando percepcionamos o resultado final”, refere Luís Teixeira.
“É um desafio interessantíssimo ver uma peça, carro, que chega aqui completamente morto, foi totalmente desmontado e voltou a ser reconstruído, transformando-se numa peça de arte”, comenta Pedro Pinheiro, acentuando que o parceiro Luís Teixeira formou “uma equipa fantástica de mecânicos”.
Considerado um nicho de mercado específico e muito interessante para exportação, Pedro Pinheiro esclarece que há um enorme potencial de crescimento, pois Portugal é conhecido como um dos melhores países para restauro, reconhecendo-se internacionalmente a capacidade excelente dos profissionais desta área.
A limitação de espaço é a maior condicionante para a expansão da oficina e negócio. A falta de uma área atrativa para instalação de empresas é uma necessidade, considerada por Luís Teixeira, como premente para o crescimento das empresas. Com outro tipo de condições, instalações mais amplas e adequadas ao potencial operacional da oficina, reuniam-se as condições indispensáveis para aumentar a capacidade e a equipa de trabalho com a possibilidade de formar novos mecânicos.
“Esta é uma localização muito favorável para o desenvolvimento de áreas empresariais que favoreçam o investimento e crescimento bem estruturado das empresas”, Almiro Silva – Perfect Wood
Seguimos para a Perfect Wood, onde nos aguardava o responsável da empresa Almiro Silva Moreira. Aqui, entramos numa estrutura empresarial com mais de duas décadas de atividade na área da construção civil, sobretudo no domínio da carpintaria, e com uma presença expressiva em obras internacionais.
Almiro Silva explica que tudo começou com a empresa Tekisops, cuja atividade se centra na prestação de serviços de carpintaria e outras atividades de construção civil, com grande presença internacional em mais de 25 países. Atualmente, com instalações administrativas e fabris num complexo empresarial na rua Central de Travanca, junto à EN15, em Amarante, aposta na Perfect Wood, uma empresa vocacionada para o fabrico de mobiliário e carpintaria, mas com secções complementares na serralharia de ferro e alumínio. Almiro Silva explica que a necessidade de uma resposta eficiente, impulsionou ao investimento na produção própria, assegurando assim um maior controle e capacidade de corresponder às necessidades e expectativas mais específicas e exigentes do cliente.
Numa visita pelas instalações, chegamos a um departamento mais recente da empresa, mas que, considera Almiro Silva, constitui uma das referências e que corresponde à transformação de pedra acrílica.
Em crescimento a realidade empresarial de Almiro Silva Moreira compreende cerca de 100 colaboradores na prestação de serviços e 20 pessoas na unidade de fabrico mobiliário e carpintaria da Perfect Wood. O objetivo, revela, é consolidar o crescimento com a melhoria das atuais instalações, nova área administrativa e show room, aquisição de novas e mais modernas máquinas para a área produção, mas também o alargamento das instalações até ao limite daquela área empresarial que confronta com o complexo industrial, que a Câmara Municipal de Lousada está a desenvolver em Caíde de Rei.
“Esta é uma localização muito favorável para o desenvolvimento de áreas empresariais que favoreçam o investimento e crescimento bem estruturado das empresas, como e bem a Câmara de Lousada está a proporcionar aqui ao lado com a criação de uma nova zona industrial em Caíde de Rei. Quando me surgiu a oportunidade de adquirir este pavilhão e área envolvente, não hesitei, pois estava seguro da localização, operacionalidade e vantagem para o posicionamento da empresa e prosperidade do negócio”, comenta Almiro Silva, demonstrando interesse em adquirir um lote contíguo às suas instalações na nova área de acolhimento empresarial.
Chegados, diga-se com alguma perícia e dificuldade, pelo acesso rudimentar, às estufas da Pavijardim, na freguesia de Mancelos, onde somos agradavelmente surpreendidos pela exposição de catos e suculentas que ali tão bem produzem. Somos recebidos pela mãe Aldina Silva e a filha Olga Bessa, que nos conduzem pelas estufas, numa visita guiada à produção em que tanto se dedicam e de que tanto se orgulham. Junta-se à comitiva o secretário da Junta de Mancelos, Marco Pinto.
Começam por explicar como tudo começou, em 1995, num ambiente de empresa familiar. Inicialmente a empresa começou com a atividade de jardinagem, para posteriormente abrir um horto como posto de venda de uma vasta variedade de plantas, bem como artigos de jardim. Por fim, em 2015, correspondendo a uma enorme paixão pelas plantas, assumiram a produção de catos e suculentas e inicialmente também plantas da época. Começaram com 1000 m2 e atualmente, com muito empenho e investimento próprio, têm uma área de produção de 7 mil m2, com mais de 1500 variedades de suculentas.
“A loja online tem um peso significativo no negócio, porque trouxe mais vendas diretas e contribuiu para que a Pavijardim passasse a ser conhecida em todo o país”, Olga Bessa – Pavijardim
Não tem sido fácil, reconhecem Aldina e Olga. Muito esforço, investimento próprio, dedicação absoluta para conseguir desenvolver um projeto de vida, que a paixão tem conseguido empreender com muita resiliência. Com as estufas instaladas num terreno, propriedade da família, mas de acesso fraco e difícil, são vários os obstáculos, sobretudo logísticos, que têm de contornar diariamente. Um acesso débil que, espante-se, nem tem toponímia, lamentam.
“Uma das nossas maiores dificuldades é a falta de melhores condições no acesso às estufas, já por diversas vezes reivindicado, e que, nas condições que está, dificulta a nossa atividade diária, pois temos transitários com veículos pesados que se recusam e não conseguem entrar aqui”, especifica Olga Bessa, a que acrescenta, na produção, a preocupação na construção de uma charca de água para contornar a necessidade constante de água na irrigação das plantas.
“O cliente manifesta preferência pela nossa suculenta e temos escoado o produto todo”, referem, revelando que os principais concorrentes são produtores espanhóis e que o mercado da Pavijardim se concentra nos revendedores em todo o território nacional, mas também com alguma expressão na exportação. Caso de sucesso é uma loja online que a Pavijardim, por reação às contrariedades no fluxo de vendas geradas pela pandemia, implementou e que tem contribuído bastante para a dinamização comercial do negócio, como realçam: “A loja online tem um peso significativo no negócio, porque trouxe mais vendas diretas e contribuiu para que a Pavijardim passasse a ser conhecida em todo o país”.
“Sabemos como produzir, temos os meios, fornecedores, mas com o crescimento já não temos área, estrutura, mais estufas, sempre muito condicionados ao esforço de investimento próprio limitado que vamos gradualmente conseguindo fazer”, comenta a jovem Olga, adiantando que atualmente já são 12 as pessoas que ali trabalham.
“A Câmara até se devia orgulhar por no seu território haver alguém a fazer isto, porque não há muitos no país e temos granjeado ao longo dos anos muito reconhecimento e são vários os fornecedores e clientes que nos estimulam a avançar pela diversidade e qualidade da nossa produção suculentas”, ressalva Aldina Silva.
Já próximos do fim da manhã, tempo ainda para uma paragem na oficina Auto Pneus Vila Meã, onde constatamos o atrofiamento do espaço que, considera o proprietário Pedro Pinto, tem condicionado bastante a atividade e o crescimento do negócio.
“O espaço limita-me bastante, pois se tivesse mais área, trabalhava o dobro. Já tentei ver um terreno ou pavilhão, mas não encontrei nada em Vila Meã que pudesse satisfazer essa necessidade”, refere o empreendedor Pedro Pinto, que gostava de poder desenvolver mais o negócio com um espaço que permitisse ter mais respostas, nomeadamente para veículos pesados e neste domínio uma estação de serviço que permitisse a limpeza de camiões e que, revela, não existe na região.
O vice-presidente Câmara de Amarante, António Jorge Ricardo, acompanhado da vereadora Rita Baptista, que entretanto também se juntou à comitiva, a par do presidente da Junta de Vila Meã, Lino Macedo, mostrou-se sensível à pretensão e necessidade de criar condições para mais desenvolvimento empresarial em Vila Meã: “O interesse da associação empresarial é o interesse do município de Amarante, reconhecendo que não podemos deixar de estar sensíveis, interessados e empenhados para encontrar as soluções mais adequadas para segurar e facilitar o desenvolvimento das empresas dos que já temos instalados cá e, se possível, trazer outros que queiram aqui também fazer os seus investimentos”.
Ao início da tarde visitamos a Douro Pirotecnia, em Mancelos, onde a empresa tem cerca de 10 hectares terreno, com 45 edifícios/ paióis para preparação fogo pirotécnico e as instalações administrativas. Aqui o proprietário e gerente da Douro Pirotecnia, José Carlos Macedo, falou-nos dos tempos difíceis, acentuando os novos desafios da área de atividade, demasiado fustigada com a pandemia, concretizando a expansão nos Açores, com a inauguração este ano de uma estrutura na ilha Terceira. Ao longo dos últimos anos, sublinha, têm investido em novas tecnologias e nova maquinaria, com uma equipa de profissionais apostados em relançar a empresa no mercado no sentido de enfrentar novos desafios nacionais e internacionais.
O objetivo é também aumentar a capacidade produtiva com a construção de novos paióis no complexo que tem em Pidre, Mancelos, sustentando o crescimento de uma empresa de referência na fabricação, comercialização e prestações de serviços pirotécnicos.
Na curta visita, condicionada pelo tempo e pelas condições meteorológicas em dia de chuva, constatou-se a sinergia entre empresas locais ao nos falar da qualidade e operacionalidade dos invólucros para explosivos pirotécnicos fabricados pela Plásticos Visconde, em Real, para onde seguimos neste périplo pelas empresas de Vila Meã, consumando um preenchido e tão proveitoso Dia Aberto.
“O interesse da associação empresarial é o interesse do município de Amarante, reconhecendo que não podemos deixar de estar sensíveis, interessados e empenhados para encontrar as soluções mais adequadas para segurar e facilitar o desenvolvimento das empresas”, António Jorge Ricardo – vice-presidente Câmara de Amarante
Na Plásticos Visconde fomos recebidos à porta por uma das gerentes da empresa, Raquel Teixeira, que acentuou a necessidade premente, que se vai arrastando quase que intemporalmente, de em Vila Meã disporem de condições próprias para a construção de um pavilhão industrial ajustado às exigências do mercado, dimensão e realidade da empresa. A laborar por turnos, dia e noite, a Plásticos Visconde permanece nas instalações de origem, num edifício de tipologia habitacional, adaptando espaços, com ajustes e aumentos recorrentes, em condições limitadas, aguardando e reivindicando pela necessidade e oportunidade de uma área de acolhimento industrial em Vila Meã.
“Para além desta área que vamos adaptando e ajustando, conforme as necessidades e a própria estrutura do edifício e áreas envolventes nos permitem, temos mais dois armazéns em Mancelos e outro aqui um pouco mais perto, mas acarretam muita ginástica na logística e custos acrescidos que estão associados às deslocações constantes para fazer face à produção da empresa”, comenta Raquel Teixeira.
Um pouco mais em baixo, também numa estrutura exígua, visitamos as Confeções São Raimundo, empresa têxtil que se dedica exclusivamente à confeção de camisas e fornece algumas das maiores cadeias nacionais de hipermercados. Com mais de duas dezenas de funcionários a responsável da empresa, Susana Magalhães, demonstra o quão imperioso é ter uma zona específica em Vila Meã para acolhimento empresarial, que permita a necessária melhoria de condições e infraestruturas de algumas unidades empresariais já instaladas em Vila Meã e a atração de novos investimentos.
Avançamos para a Serralharia Judas, atualmente instalada num espaço bem localizado, à entrada de Vila Meã e com acesso fácil à autoestrada, ajustado à atividade empresarial, que tem permitido à empresa corresponder mais adequadamente nos trabalhos que desenvolve na sua área de atividade enquanto serralharia. Especializados em Remoção de Fibrocimento (Amianto) e colocação de todo o tipo de estruturas, a Serralharia Judas concentra a sua atividade empresarial na transformação e instalação de estruturas metálicas, inox e automatismos.
Uma visita breve permitiu constatar a importância de espaço para o desenvolvimento dos trabalhos e armazenamento das matérias-primas, como para logística de transportes, sobretudo veículos pesados cuja regularidade é constante e carece de infraestruturas ajustadas à exigência da operacionalidade da empresa, determinante no posicionamento e competitividade do mercado.
Ao lado encontramos a FT System, uma empresa especialista na instalação e manutenção de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado) e em sistemas de climatização para autocarros com mais de 25 anos de experiência. Entramos para conhecer por dentro a dinâmica desta conceituada empresa numa visita guiada e comentada pelos gerentes Ricardo Sousa e Hugo Sousa.
“Não podemos descurar um investimento da grandeza e importância de uma zona industrial, pois quanto mais dinâmica empresarial tivermos é bom para todos”, Ricardo Sousa – Ft System
Na secção de produção sistemas de climatização de autocarros constatamos o know how da FT System nesta atividade, relacionada com a origem da empresa, no fornecimento de aquecimento e ar-condicionado para autocarros à Caetano Bus, empresa do grupo Salvador Caetano, que é o principal produtor de autocarros de Portugal. Os sistemas são produzidos nas instalações da FT System, em Vila Meã, como tivemos oportunidade de observar, e depois montados nas linhas de produção do cliente. Para além disso a atividade da empresa passa, com um peso significativo na faturação, pela instalação e manutenção de sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado em habitações, escritórios, lojas ou hotéis.
Nos últimos anos, reconhecendo a insuficiência de espaços infraestruturados e a necessidade de se investir numa zona industrial em Vila Meã, capaz de corresponder àquela que se tem revelado uma das principais fragilidades para um consistente fortalecimento da dinâmica empresarial local, a Ft System investiu na ampliação possível e melhoria das atuais instalações, adaptando as áreas para um novo, mais amplo e adequado espaço administrativo e departamento de estudo de projetos.
“Entendo que a questão da zona industrial, aproveitando a localização privilegiada que Vila Meã tem, com acessos práticos e rápidos, numa localização excelente em que facilmente chegamos ao Porto, Guimarães e Braga, não podemos descurar um investimento desta grandeza e importância, pois quanto mais dinâmica empresarial tivermos é bom para todos”, afirma Ricardo Sousa.
Com cerca de 46 colaboradores a equipa da FT System é extremamente jovem, decorrente da excelente cooperação com o Externato de Vila Meã, que todos os anos, no âmbito dos cursos profissionais, coloca na empresa mais de uma dezena de estagiários.
Por sua vez a vereadora da Câmara de Amarante, Rita Baptista, sempre muito solícita e interventiva na interpelação dos empresários, considera que Vila Meã “tem gente muito empreendedora”, adiantando que o munícipio está bastante empenhado em desenvolver todos os esforços na concretização das possibilidades identificadas e que estão a ser trabalhadas para a infraestruturação e consequente disponibilização de áreas de acolhimento empresarial.
Da Ft System, subimos um pouco para conhecer a Norte Clinic, precisamente um ano depois da abertura das novas e sofisticadas instalações em Vila Meã. O proprietário, Samuel Ferreira, recordou como tudo começou simples, num pequeno espaço, apenas com fisioterapia e reabilitação. Junta-se à comitiva a vogal da direção Carina Lourenço.
“Com a abertura da Norte Clinic, apostamos num projeto e conceito diferente. Reconheço que não contava que tivesse a repercussão que tem tido, nem que crescesse tão rápido. Este primeiro ano foi mesmo significativo a todos os níveis, fosse na área de origem da reabilitação e mesmo em todas as outras áreas que temos na clínica”, nota Samuel Ferreira, realçando a localização bastante favorável e o atendimento cuidadoso e muito focado no bem-estar das pessoas, como fatores determinantes para a crescente afirmação da clínica.
“É uma pena não termos um espaço industrial em Vila Meã onde possamos instalar e desenvolver as nossas empresas”, António Pereira – Petalamel
Quase a terminar o périplo pelas empresas neste Dia Aberto, tempo para visitar e conhecer as transformações, ajustando e flexibilizando a operacionalidade de recursos e áreas trabalho na Petalamel, naquela que já se revela uma estrutura insuficiente para o pleno desenvolvimento da atividade pastelaria, que a empresa está a projetar com o aumento possível das atuais instalações. Recebidos pelo gerente António Pereira, e a responsável de qualidade, Inês Costa, inteiramo-nos dos desafios e projetos de uma empresa jovem e dinâmica, reconhecida pela qualidade, criatividade e tradicionalidade dos seus produtos, no setor dos doces e sobremesas ultracongeladas.
“Estamos muito focados na distribuição para o mercado externo, participamos com frequência em feiras internacionais onde o nosso produto é muito reconhecido pela qualidade e preço competitivo, que aumenta a procura e potência o nosso posicionamento. No entanto, as limitações de espaço para produção e a necessidade de fazer determinadas certificações que nas condições físicas que temos atualmente não é possível, obriga-nos a ter de encaminhar clientes para outros parceiros nacionais”, comenta António Pereira.
“É uma pena não termos um espaço industrial onde possamos instalar e desenvolver as nossas empresas. Estamos em Vila Meã pela localização que é excelente, empregamos cerca de 30 colaboradores que também se sentem bastante confortáveis com a localização, estamos próximos e acessíveis para o eficiente escoamento e colocação no mercado da produção, tudo é favorável, só falta criar as condições para que possamos estar numa área adequada para implementação estável e progresso seguro da nossa atividade empresarial”,
Para a vereadora Rita Baptista, que foi ouvindo com atenção as preocupações dos empresários, é importante debelar estes constrangimentos, procurando novas soluções, insistindo no encaminhamento de perspetivas que possam definir oportunidades e novas possibilidades para instalação das empresas, com infraestruturas que correspondam àquelas que são as suas principais premissas no desenvolvimento da sua atividade.
“Nós temos muita pena que Vila Meã não tenha uma zona industrial há muitos anos. Houve uma altura em que foram construídas muitas zonas industriais no país e que havia financiamento para isso e nessa altura não foram feitas e agora andamos a correr atrás do prejuízo e tem sido difícil agilizar com a rapidez que todos desejamos”, comenta, constatando que em Vila Meã há zonas onde pode ser instalada indústria, embora se verifique alguma dificuldade pelos valores apresentados aquando do interesse na aquisição dos terrenos.
Concluído o périplo pelas empresas e já no final da tarde, os diretores e corpo técnico da Associação Empresarial de Vila Meã, prosseguiram a visita no comércio local, auscultando alguns comerciantes com estabelecimentos no centro de Vila Meã. Assim se cumpriu na Pastelaria Estrela, 100 letras, Casa da Ferragem José Pinto Rebelo Cunha e Pizaria Moderna.
“É inevitável falar em Vila Meã e não se falar na necessidade de se criar uma Zona Industrial”, Geraldino Oliveira, presidente AE Vila Meã
Concluído o Dia Aberto, o presidente da Associação Empresarial de Vila Meã, Geraldino Oliveira, considerou que foi peremptória a constatação de que é uma necessidade urgente dotar Vila Meã de um parque industrial, porque há empresários interessados em investir, em alargar as suas empresas e potenciar os seus negócios, dispostos a persistir na demonstração da oportunidade que pode advir de uma área de acolhimento empresarial muito bem localizada por se encontrar num eixo central da região.
“Na Associação Empresarial mantemo-nos muito empenhados e diligentes na persuasão de melhores e adequadas condições que proporcionem a instalação estruturada de empresas nesta região, desenvolvimento da economia, fixação de pessoas e dinâmica do comércio local. É inevitável falar em Vila Meã e não se falar na necessidade de se criar uma Zona Industrial para que mais empresas possam investir nesta região e as que já estão aqui instaladas, em situação de completa asfixia nos espaços onde estão a laborar, possam dotar-se de melhores infraestruturas”, sublinha, reforçando que não deixarão de insistir e evidenciar todos os esforços possíveis na concretização de um anseio que persiste desde a fundação da associação, há 22 anos.
Sobre a iniciativa da AE Vila Meã de dedicar o dia promovendo o encontro com os empreendedores da região no seu ambiente de trabalho, considerou que foi muito valioso no conhecimento da realidade, sentindo as suas preocupações, esforços e projetos que acalentam no crescimento que desejam prosseguir nas suas empresas.
Miguel Carvalho