Aumentos energia

Aumentos energia: Empresas preocupadas

As empresas revelam bastante preocupação quanto à escalada dos custos de energia e à incapacidade de os repercutir no preço final dos bens, revelam dados de um inquérito realizado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Para as empresas, realçam, estes aumentos no custo da energia não se conseguem aplicar no valor final dos produtos, perante o impacto que aporta na perda de competitividade e na carteira de encomendas.

Perante este cenário, são cada vez mais as empresas demasiado apreensivas com o futuro, face à constante escalada dos preços da energia. Há faturas que apresentam o triplo dos valores habituais e há casos em que os custos totais são dez vezes superiores a faturas anteriores. O problema é transversal a todos os setores, as queixas surgem de todo o lado, com repercussões em encomendas suspensas e pessimismo quanto ao futuro.

Como consequência da crise energética, as empresas apontam para a redução da atividade (algumas encaram mesmo a possibilidade de encerramento de unidades de produção) e para a diminuição das intenções de investimento.

Segundo dados do inquérito da AEP, para um terço dos empresários, os custos da energia pesam entre 20 e 40% nos seus custos operacionais, mas há 14% em que esse peso vai dos 40 aos 60%. E para 2% dos inquiridos, os custos energéticos pesam mais de 80% nos seus custos. O inquérito, realizado junto de uma amostra de 1020 empresas, mostra ainda que só 8% dos inquiridos, ou seja, um em cada 12 empresas, admite conseguir repercutir totalmente a escalada da fatura energética no preço final de venda, enquanto 46% conseguem fazer uma repercussão parcial.

Com a divulgação deste inquérito a AEP insiste na adoção de políticas públicas que considerem a descida de impostos sobre a energia, mas também sobre o trabalho e o capital; apoio célere dos fundos europeus, onde se inclui a realocação do PRR para combater a crise energética, nomeadamente para apoiar o investimento em equipamentos mais eficientes e novas energias alternativas; medidas de apoio à tesouraria das empresas.