Ana Isabel
Foto: THE UNPHOTO

Entrevista com a jovem intérprete musical vilameanense Ana Isabel

A Ana Isabel deu voz aos momentos musicais, num acústico suave e intimista, na cerimónia Tomada de Posse dos Órgãos Sociais Associação Empresarial de Vila Meã. Convidada para interpretar alguns temas em português a jovem Ana Isabel correspondeu e foi exímia na interpretação, proporcionando um belo momento de envolvimento musical, muito apreciado.
Natural de Vila Meã, quisemos saber mais sobre esta paixão de Ana Isabel, que faz brotar um brilhosinho na interpretação tão sentida com que se entrega.

Tem 22 anos e está a estudar Engenharia e Gestão Industrial (EGI), na Universidade de Aveiro, que “fascinada pelos desafios do mundo empresarial”, revela ser a sua “área de sonho”. Cresceu em Vila Meã e foi nesta vila onde fez os seus primeiros amigos, onde aprendeu a ler, onde aprendeu a tocar guitarra, onde fez toda a formação até ao 12º ano, e, como nos conta, deu “os primeiros passos na música e onde tenho o privilégio de residir atualmente”.

“Sou uma apaixonada pelo que faço e, para além da EGI, não deixo de alimentar paixões como o futebol, o associativismo e a música, que acompanham o meu dia a dia e representam uma grande parte da minha vida”, realça.

Como começou este teu envolvimento com a música?
A paixão pela música começa desde cedo. Tenho várias pessoas na família ligadas ao meio e isso fez com que a curiosidade em tocar algum instrumento também crescesse em mim.
Com apenas 7 anos, pedi aos meus pais para me colocarem numa escola de música, pois queria muito aprender a tocar guitarra.

Assim, em Vila Meã, surgiu essa oportunidade e acopladas às audições de guitarra clássica, existiam momentos onde interpretávamos alguns temas e eu oferecia-me sempre para cantar. Então, penso que foi exatamente aqui o ponto em que percebi que realmente aquilo que eu gostava mesmo era de cantar, de atuar para um público e de interpretar os temas de uma forma muito pessoal.

Que importância tem para ti, na tua vida?
A música, em todas as suas formas, representa uma parte importante da minha vida. Seja quando me expresso através de temas originais, seja quando estou em viagem e me limito a ouvir as obras dos meus artistas preferidos, seja quando tenho o privilégio de atuar para um público vasto ou simplesmente quando “canto para mim”. Para mim, a música acaba por ser “uma fatia” de todos os meus dias e a minha forma de expressão mais poderosa.

Qual o teu estilo musical preferido? Porquê?
O fado.
Ora, nem sempre o foi, mas em 2015 tive a oportunidade de conhecer quatro seres maravilhosos, que me desafiaram a enveredar por este registo. No princípio considerei uma “loucura”, pois o fado é um elemento da cultura portuguesa pelo qual tenho grande respeito, pelo que, interpretá-lo de uma forma “menos correta”, parecia-me errado. Mas depois percebi que não existe uma forma correta de interpretar um fado, existe sim, um sentimento profundo que tem de ser partilhado e é precisamente com isso que mais me identifico: com a deposição do sentimento em cada tema que interpreto.

Conta-nos o que, no domínio da música, tens feito?
Sou uma pessoa que gosta de abraçar bons desafios, por isso, aquilo que já fiz no âmbito da música varia desde o Rock ao Fado, das gravações em estúdio aos festivais, etc.!
Falando numa componente mais recente, integro um grupo de música portuguesa, cuja missão reside em desmistificar o fado, rearranjar temas da música portuguesa e através das nossas atuações, passar sempre uma mensagem ao público (“Inversos – Fado Novo”).

Integro também outros projetos como a “Ode Lídia”, que se dedica à criação de temas originais e, no âmbito deste projeto, tivemos a oportunidade de interpretar uma letra do livro “Durante a queda aprendi a voar”, de Raul Minh’Alma.

Num estilo completamente diferente, acompanho os “Mariopreso” numa jornada de atuações icónicas dentro do estilo Pop e Rock e, no âmbito da gravação em estúdio, colaboro no projeto do Rui Mesquita que, enquanto músico e compositor, me desafia constantemente a interpretar os seus temas.

A título pessoal faço atuações em bares, restaurantes e em vários eventos, cujos temas vão sendo adaptados ao contexto em questão, perante aquele que é o meu portfólio.

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Nesta tua relação com a música, quais são os teus sonhos, até onde gostarias de ir?
Sou uma pessoa de sonhos e ambições. No entanto, no que toca à música, o único foco é estar predisposta a aceitar novos desafios e tirar o maior prazer desta vertente da minha vida.

Como foi, para ti, encarado o convite e atuação na Tomada de Posse da Associação Empresarial de Vila Meã?
Senti-me lisonjeada com o convite e aceitei prontamente, pois trata-se de um evento com o qual me identifiquei e sou sempre muito feliz a cantar na minha terra!

Enquanto jovem, qual achas que é a importância deste tipo de associações e qual a expectativa que devemos ter quanto à postura, intervenção, na sociedade?
Enquanto jovem e atual membro de uma júnior iniciativa na minha universidade, reconheço que o associativismo tem um papel transformador. Para mim, a palavra-chave acaba por ser IMPACTO, pois estar numa associação permite uma aproximação às pessoas, às organizações e à comunidade, exercendo um papel ativo.

Durante a atuação e numa intervenção que fizeste, gostava de acentuar, em jeito de pergunta, a relação e importância que tem para ti Vila Meã?
Tal como referi na minha atuação, Vila Meã ofereceu-me um mundo de oportunidades que marcam todo o meu trajeto até então. Vila Meã possui infantários, escolas e o Externato, que providenciam uma educação de excelência, oferece grandes oportunidades ao nível da cultura, possui bons acessos, etc. Para além disso, regra geral, as pessoas são muito afáveis e possuem um espírito de entreajuda inigualável, o que me fez criar inúmeras relações com professores, catequistas, colegas e muitas outras pessoas, que sou muito grata por me ter cruzado com elas.

Por fim, na tua opinião, qual deve ser o papel dos jovens hoje e quais os maiores impedimentos ou dificuldades que entendes existir para que os jovens possam ser mais no contexto da sociedade atual?
Inseridos num mundo cada vez mais digital e interligado, os jovens têm a oportunidade de criar impacto, mais do que nunca. Na minha opinião, os maiores impedimentos ou dificuldades residem no facto de, nem sempre, os jovens encontrarem a motivação certa, isto é, o fator que os faz acordar todos os dias com vontade fazer mais e, lá está, criar impacto.