Sem dúvida que, neste mês, a palavra mais dita, mais badalada, mais pensada, mais escutada é a palavra NATAL. Só ou acompanhada. Pai Natal, árvore de Natal, ceia de Natal sobremesas de Natal, férias de Natal, prendas de Natal, música de Natal, espírito de Natal…
Obviamente, refira-se. Estamos no mês que a religião católica estabeleceu como a data do nascimento de Jesus, embora várias vozes se tenham já levantado a pôr em causa esta opinião.
Seja como for, ninguém fica indiferente a esta época. Especialmente ao brilho das luzes, às iluminações multicolores que embelezam casas, monumentos, ruas e ruelas, e que muitas vezes conduzem a algumas formas de competição.
Iluminará também o coração das pessoas?
Há o consumismo associado, todos sabemos. E é geral a preocupação para que tudo se desenrole da melhor forma possível e nada falte; e quando o tempo não sobra, especialmente nas últimas horas, há corridas desenfreadas para que a mesa farta satisfaça os gostos mais simples e mesmo os mais requintados, nas casas quentes e aconchegadas.
E os deserdados da sorte, que abundam em todos os cantos, vítimas de um sistema económico implacável e cruel? Qual será a sua maior preocupação?
Adquirem-se presentes de todos os tipos, grandes, médios e pequeninos, mesmo aqueles de que não se precisa ou que serve apenas para celebrar a partilha. Depende apenas do peso da bolsa de cada um, melhor, dos fundos do cartão de cada um; adquirem-se presentes principalmente para as crianças, como se sabe. Quer queiramos quer não, todos nós gostamos de assistir à magia, de ver o brilho do olhar das crianças quando desembrulham o presente tão ansiado – e a televisão é perita em exacerbar esse brilho.
E nos países do Oriente, onde o fanatismo religioso promove a guerra como salvação da alma, serão as armas consideradas os únicos presentes a que as crianças têm direito?
É uma festa de família, na qual deve abundar a alegria; os risos devem aquecer os ânimos; os infortúnios e as infelicidades devem ser esquecidas.
E para aqueles que se encontram completamente sozinhos, abandonados pelos dias e pelo tempo? Aqueles que já foram pilares na família, e que semearam e ajudaram a crescer? Aqueles que afinal só têm passado e apenas um cruel vislumbre do presente?
Como o sol quando nasce é para todos, também o Natal, quando acontece, deveria ser para todos!