A Associação Portuguesa de Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE) manifestou, em carta dirigida ao Presidente da República, a preocupação e angústia no setor da pirotecnia com o prognóstico de um massivo cancelamento dos espetáculos pirotécnicos de Passagem de Ano.
“Esta é uma medida que se afigura desproporcionada e excessiva, que vem colocar, de forma injustificada, em causa a sobrevivência deste sector de atividade económica. O massivo cancelamento destes espetáculos, determinado (na esmagadora maioria dos casos) por decisões das autarquias locais, veio, contudo, apagar esta esperança dos operadores do sector, não obstante a desproporcionalidade, injustificação e falta de razoabilidade das descritas medidas”, referem os responsáveis da APIPE, com sede na freguesia de Santão, concelho de Felgueiras, numa nota enviada para a comunicação social.
“A ajuda do Estado a este sector de atividade económica – que, direta e indiretamente, constitui a fonte de sustento de dezenas de milhares de pessoas – não pode resumir-se a meros apoios pontuais e esporádicos que, em todo o caso, são claramente insuficientes. A pirotecnia nacional é uma indústria feita de arte e tradição, que muito deve orgulhar o património cultural português, como o provam o prestígio e admiração que esta atividade lusa conquistou e continua a conquistar em todo o Mundo”, argumentam, contestando que “a pirotecnia nacional não merece continuar a ser votada ao ostracismo, esquecimento e abandono por parte dos poderes públicos”.
A Associação Portuguesa de Industriais de Pirotecnia e Explosivos, cujo presidente da direção é o empresário local Carlos Macedo, da empresa Macedos Pirotecnia, realça que “os festejos da Passagem de Ano eram a última das chamadas ‘épocas altas’ de pirotecnia que podiam assegurar a sobrevivência do sector”.
“Contrariamente à mensagem falsa que insistentemente se pretende fazer passar, um espetáculo pirotécnico não tem que provocar ajuntamento ou aglomeração de pessoas, sendo eventos visualizáveis a grandes distâncias, que permitem que a ele assistam espetadores bem distribuídos e afastados”, argumentam, alertando que “o sector económico ligado à pirotecnia se encontra, neste momento, à beira do colapso e na iminência de encerrar a sua atividade”.
“A APIPE, interpretando o sentir e a reclamação de todos os agentes económicos do sector, reivindica e exige a intervenção urgente do poder político, no sentido de definir um plano de intervenção efetivo e eficaz para defesa da continuidade deste ramo atividade que corresponde a uma arte profundamente enraizadas na cultura portuguesa”, concluem.