O I Congresso Internacional do Caminho de Santiago – Caminho de Torres, realizado em Amarante, numa organização da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM do Tâmega e Sousa), em formato híbrido – presencial, no Centro Cultural de Amarante, e online, debateu o “trabalho em rede”, um dos aspetos mais sublinhados nas intervenções, de todas as entidades envolvidas neste projeto e também a valorização deste caminho.
Na sessão de abertura, o presidente da CIM do Tâmega e Sousa, Gonçalo Rocha, destacou o potencial económico dos Caminhos de Santiago, designadamente, o Caminho de Torres, que atravessa parte da região do Tâmega e Sousa – Amarante, Baião e Felgueiras –, e a importância de os diferentes agentes políticos e económicos, incluindo os municípios, trabalharem em rede para potenciar “um produto económico de excelência”. Enalteceu ainda, a importância desta iniciativa para a comunidade. “Trata-se de um consórcio que abrange várias comunidades intermunicipais e julgo que esta é a forma melhor e com maior sucesso para se encontrar, de facto uma afirmação de um produto de excelência para o nosso país e até internacional”.
A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que marcou presença no Congresso por via digital, defendeu que Portugal deve seguir o exemplo espanhol para transformar os Caminhos de Santiago num “ativo económico de primeira grandeza”. Indicou ainda, a necessidade de se avançar para a “identificação e proteção legal dos itinerários”, para a “criação e manutenção das infraestruturas” e, “não menos importante”, frisou, para “a promoção e valorização”.
Referiu, ainda, que “este é um projeto transversal, que atravessa vários territórios, com uma dimensão territorial muito interessante”, reafirmando que o turismo religioso “é um dos produtos mais importantes do portefólio” turístico português.
Ainda no primeiro dia do evento foi firmado o Protocolo de Gestão do Caminho de Torres entre as cinco Comunidades Intermunicipais responsáveis pelo projeto “Valorização Cultural e Turística do Caminho de Santiago – Caminho de Torres” – a CIM do Tâmega e Sousa, entidade líder, e as CIM do Alto Minho, do Ave, do Cávado e do Douro – e a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
O primeiro dia terminou com a apresentação do livro “Caminho de Torres – Caminhos de Santiago: História de um caminho, um caminho na história”, um livro de “pormenores dispersos, de encantos e espantos”, de Paulo Almeida Fernandes, assessor científico do projeto “Valorização Cultural e Turística do Caminho de Santiago – Caminho de Torres”.
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, fez referência que “é impossível falar do futuro sem falar do presente”. Observou que “só trabalhando em rede, mas verdadeiramente em rede”, é que conseguimos combater o passado, e que “queremos valorizar, dinamizar e promover os Caminhos Portugueses de Santiago”.
O Caminho de Torres, que adota o nome do célebre peregrino Diego de Torres Villarroel (1694-1770), é um dos quatro itinerários jacobeus estruturados em Portugal (Caminho da Costa, Caminho do Interior, Caminho Central, Caminho de Torres), atravessando três concelhos da Região Centro e 15 da Região Norte. Na área geográfica da CIM do Tâmega e Sousa, o Caminho de Torres atravessa os concelhos de Baião, Amarante e Felgueiras. Mais de dois séculos e meio depois, Luís António Quintales transformou o relato de Torres num Caminho de Santiago adaptado às necessidades das peregrinações jacobeias atuais.
Depois deste Congresso, o Caminho de Torres será também apresentado em Salamanca e em Santiago de Compostela, em julho.