Há 20 anos, quando se decidiu formalizar o movimento associativo empresarial na constituição da Associação Empresarial de Vila Meã, a criação de uma Zona Industrial era um dos principais objetivos, que continua por concretizar.
“Quando foi constituída a associação, logo no início decidiu-se que os terrenos em Oliveira/Travanca seriam uma zona excelente para construir a Zona Industrial de Vila Meã. Deram-se os primeiros passos, mas pouco mais”, refere António Moreira, um dos fundadores da AE Vila Meã, revelando que “havia empresários interessados em investir” naquela que, consideravam, “seria uma zona muito bem localizada”.
Para o atual presidente da direção da Associação Empresarial é uma necessidade premente dotar Vila Meã de um parque industrial.
“A ideia é pensarmos naquilo que era o grande sonho de todos, criar uma Zona Industrial, e nós enquanto não conseguirmos eu estarei lá porque é uma das maiores necessidades de Vila Meã”, frisou Geraldo Oliveira.
“Estamos todos interessados em continuar com os terrenos que já estão direcionados para Zona Industrial, mas estamos também a apostar no investimento privado”, avançou, reforçando que a perceção que tem por parte dos empresários de Vila Meã é que, tendo apoio ou não, vai-se fazer.
O vereador da Câmara de Amarante também considerou que a Zona Industrial em Vila Meã “faz todo o sentido”.
“É um aspeto fundamental estratégico para o desenvolvimento do território, para Amarante e não só para Vila Meã. Fruto do trabalho e da reflexão que fizemos, foi nosso entendimento que o plano ideal para Amarante passa pelo desenvolvimento de três polos industriais na margem esquerda do concelho, na zona de Vila Garcia/ Telões e Vila Meã”, realçou André Magalhães.
Mas explicou: “Entretanto começamos a fazer investimentos na aquisição de terrenos e criação de infraestruturas para criar essas zonas industriais. Começamos efetivamente pela margem esquerda e entendemos que é a decisão mais correta, pois era mais fácil, mais imediato, financeiramente muito mais viável, obtivemos as validações técnicas todas. Mas sobretudo temos as intenções de investimento direcionadas e apropriadas para aquele território, nomeadamente por ser de baixa densidade, o que quer dizer que se não o fizéssemos podemos perder a oportunidade de um conjunto de empresas, algumas multinacionais, que manifestaram interesse naquela área, se instalar em Amarante”.
“É um processo que está longe de ser simples e rápido, muitas vezes é complexo, envolve demasiados meses de trabalho e que obedece certamente a muitos procedimentos que vão para além da vontade dos municípios”, ressalvou.
“Esse trabalho está a ser feito, seja pelos investimentos de natureza pública e privado. Acredito que no médio prazo alguns desses desejos possam estar supridos. Acredito que este é um objetivo pelo qual todos temos que lutar”, atestou.
Para o presidente da Junta de Vila Meã, Lino Macedo, esta é uma reivindicação muito antiga que se arrasta há demasiado tempo e que não vislumbra vontade efetiva de a concretizar.
“Infelizmente não tenho visto grande vontade, reconheço e sei as dificuldades que a AE Vila Meã tem tido. Há sempre alguma dualidade de critério para Vila Meã, efetivamente temos as infraestruturas, bons acessos, boas palavras temos sempre, mas o que é certo, foram comprar um terreno em Aboadela”, referiu, constatando aquilo que têm sido as opções estratégicas municipais da Câmara de Amarante.
Para o presidente da Junta de Travanca, Fernando Cunha, “neste momento é crucial criar uma zona industrial, porque só assim é que vamos conseguir fixar as pessoas”.
Para o presidente da Junta de Vila Caiz, António Jorge Ricardo, “o emprego é necessário, as zonas industriais são prementes”.
“O que esteve no espírito da criação da Associação hoje mantém-se atual e continua a estar presente. Não tenho dúvida que os passos vão-se dando com força, vontade, com resiliência, e deve-se continuar a manter esse grande sonho que é a concretização da Zona Industrial de Vila Meã”, considerou.
Para o empresário e diretor da AE Vila Meã, Hugo Magalhães, “não há outra razão para fixar aqui pessoas que não seja a atividade empresarial e indústria. Até do ponto de vista do comércio é muito difícil poder crescer de forma sustentada se não houver investimento industrial”.
“Esta questão do futuro e que tem a ver com a fixação das empresas e da zona industrial, continua a ser a espinha que está na garganta dos vilameanenses e continua a ser um problema grave. Não é uma questão de orgulho, é muito mais que isso, é uma questão, porventura, de sobrevivência da comunidade”, realçou, considerando que a AE Vila Meã continua a ter um papel muito importante.