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Hospital Padre Américo em situação “complicada”

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Carlos Alberto Silva, apelou, acentuando a situação bastante “complicada” em que se encontra a unidade hospitalar de Penafiel, ajuda imediata do Ministério da Saúde.

Em email enviado, esta segunda-feira, antes das 9 horas da manhã, Carlos Alberto Silva reconhece que “está complicado” e “preciso mesmo de ajuda”, adianta o jornal online Observador.

“Já tenho 30 internados na urgência outra vez e hoje é segunda-feira”, escreveu o responsável num e-mail, visto pelo jornal Público, que foi enviado à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e à ministra da Saúde, Marta Temido. Os doentes acumulam-se e vários médicos da instituição estão infetados, pelo que não há quadros suficientes para assegurar as escalas, noticia o Observador.

“Se tiverem médicos de clínica geral que possam vir fazer urgência era bom porque tivemos aqui alguns positivos que fragilizaram as escalas e está complicado”, escreveu Carlos Alberto Silva no e-mail, que foi reencaminhado, pouco depois das 10h da manhã, pelo presidente da ARS do Norte para os diretores executivos dos agrupamentos de centros de saúde.

Contactada pelo jornal online Observador, a ARS do Norte afirma que este e-mail é um “documento interno” e esclarece que este pedido ainda não foi satisfeito, mas deverá sê-lo em breve.

Recorde-se que o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que integra o Hospital Pe. Américo, em Penafiel, e o Hospital S. Gonçalo, em Amarante, tem estado em sobrelotação com o aumento exponencial de casos por infeção Covid-19 na região.

Perante esta situação, nos últimos dias, o CHTS tem transferido doentes para outras unidades hospitalares do norte do país, nomeadamente 10 doentes covid-19 para o polo do Porto do Hospital das Forças Armadas (HFA) e 20 para o Fernando Pessoa em Gondomar, confirmaram à Agência Lusa fontes ligadas à saúde.

Numa reportagem publicada, na semana passada, pelo Expresso leem-se relatos de médicos que apontam para a “rutura do hospital”.

“Temos a urgência lotada, os enfermeiros da urgência, que deveriam estar dedicados a receber novos doentes, estão ocupados a fazer funções de internamento. Até os corredores centrais da urgência estão cheios com doentes Covid. Não cabe na cabeça de ninguém o que está a acontecer, só faz lembrar Itália”, refere, em reportagem publicada pelo Expresso, Pedro Lopes, médico e ex-coordenador de equipa.

Entretanto também a secção regional do Norte da Ordem dos Médicos mostrou, na passada sexta-feira, “preocupação” pela situação “difícil” do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, onde estão internados “cerca de 180” doentes covid-19, “o correspondente a 10% dos internamentos nacionais”.

António Araújo, da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, denunciou a situação após visitar o hospital de Penafiel e, sublinhando um aplauso ao “esforço de todos os profissionais de saúde” que “até põem em risco as suas famílias”, lançou críticas à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) e à tutela.

Miguel Carvalho com tamegasousa.pt e Observador