O presidente da direção da Adega Cooperativa de Amarante, António Barbeitos, avança, em Conversas na Linha, que a produção de vinho verde será “equivalente ao ano passado”, realçando que “a qualidade promete ser elevada”.
Em tempo de vindimas, adianta, “o panorama é muito agradável” e o corrupio, nas instalações da Adega Cooperativa de Amarante, em Telões, tem sido acentuado com a entrega das uvas, preparação do mosto e armazenamento do vinho.
“Vamos ter vinhos de excelente qualidade, a avaliar pela análise técnica dos mostos e que têm revelado uma graduação interessante, embora não tão perfumados como em anos anteriores”, comenta António Barbeitos.
Sobre o crescimento e consolidação da Adega Cooperativa de Amarante, que assumiu como principal desígnio da gestão na direção que lidera, revela que apesar de ser “um processo difícil, neste momento está a começar a ganhar a quota a que tem direito pelo seu posicionamento”.
“A Adega de Amarante tem que saber estar e posicionar-se, valorizando o seu principal ativo, os seus associados, os seus produtores, e assim ser capaz de fazer bons vinhos, como tem acontecido, criar valor no mercado, gerar rentabilidade que permite a sustentabilidade da Adega, como sempre tentamos fazer”, especifica.
“Hoje a Adega de Amarante é um player de reconhecida importância na região e que discute, com os restantes operadores, as estratégias do vinho verde”, revelou, realçando que é fundamental potenciar o nome de Amarante, deste sempre reconhecida como uma terra de bom vinho.
António Barbeitos assegura, no pressuposto de valorização do produtor, que o custo da uva vai-se manter este ano para ajudar a fazer face aos constrangimentos e dificuldades que, por via da situação pandémica, também afetou os proprietários agrícolas.
“O nosso objetivo é potenciar o produtor, o preço das uvas, e para isso é preciso trabalhar no acompanhamento da produção, capaz de valorizar a qualidade do vinho”, ressalva.
A expectativa para a produção deste ano é de que possam atingir as 800 mil toneladas, acima das cerca de 610 mil do ano passado, mas também reforçar na componente de prestação de serviços a produtores, que recorrem aos excelentes equipamentos e infraestruturas da Adega para vinificar o seu vinho.
“O vinho verde continua a vender bem e o crescimento vai continuar a verificar-se e consolidar nos próximos anos”, considera, avaliando os números de exportação dos vinhos que, mesmo em tempos dominados pelas condicionantes da pandemia, não tem baixado e em alguns mercados até se tem verificado crescimento.
“O sector do vinho e da agricultura vai começar a ganhar mais dimensão. Há quem já defenda que a revolução do sector primário está para breve”, acentua, considerando que os vários agentes agrícolas têm vindo a fazer “um trabalho notável e isso tem uma importância vital na nossa região”.
António Barbeitos reconhece que o trabalho que tem vindo a ser feito nas diversas fileiras do vinho, a sua promoção, através do marketing, e valorização da produção, tem sido extraordinário e tem tido ótimos reflexos na notoriedade e aumento de vendas, assumindo um papel de grande destaque e importância na economia da região.
Assumindo uma enorme paixão pelo que faz e pelo desempenho que têm conseguido na Adega, juntamente com os colegas de direção e colaboradores, o presidente da direção, está confiante de que “o futuro é tempo de esperança”.
Mas realça: “O vinho verde não é um produto de menos valor e não pode estar associado a uma cadeia de valor baixo, porque é um vinho de referência, de excelente qualidade, e por isso tem que estar associado a uma cadeia de valor alta e esse trabalho tem que ser feito por todos no sentido de reforçar a sua valorização no mercado”.