Padre Artur Moreira

Padre Artur Moreira assume paróquias na Serra do Marão

Na tarde do passado domingo, dia 13 de setembro, no monte de Nossa Senhora da Corvachã, no alto do Marão, teve lugar a celebração que marcou o início do ministério paroquial do Padre Artur Dias Moreira nas paróquias de Ansiães, Aboadela, Bustelo, Candemil e Várzea. Presentes os párocos da Vigararia de Amarante, com exceção de dois, um deles, por razões de saúde. Presentes muitos fiéis das cinco comunidades paroquiais e muitos outros das paróquias onde o novo pároco exercera funções até agora (Vandoma, Vila Cova de Carros e Astromil). Estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Amarante e os presidentes das Juntas de Freguesia de Ansiães, Candemil e das Uniões de freguesias Aboadela, Sanche e Várzea, bem como de Bustelo, Carneiro e Carvalho de Rei.

 

Lida a Carta de Nomeação, pelo Vigário, Pe. António Jorge, logo na saudação inicial da celebração o novo Pároco procurava dar um sentido à escolha daquele lugar: “Subimos ao alto deste monte, como peregrinos, como povo de Deus a caminho da Terra Prometida. Chegados ao alto do monte, somos recebidos na Casa da Mãe, no colo de Nossa Senhora de Corvachã. Maria é a Mãe que acolhe a todos os que procuram ansiosamente o rosto de Deus. Maria lembra-nos, no termo desta caminhada, a condição peregrina do cristão e a missão acolhedora de cada Paróquia, chamada a ser a Igreja no meio das casas dos seus filhos e filhas.  Viver em movimento de saída e de peregrinação é a condição própria do cristão! Oferecer proximidade e hospitalidade é a missão de toda a comunidade cristã, para que se possa dizer, com verdade, em cada comunidade paroquial: somos «todos família, todos irmãos»”. No final da celebração, uma leiga, em representação das cinco paróquias, acolhia o novo pároco e justificava a escolha daquele lugar com estas palavras: “Num momento tão difícil como o que vivemos atualmente por causa da pandemia, que nos convida ao isolamento social, este espaço, leva-nos para o sentido oposto: um lugar sem paredes ou muros que nos separem, aberto a todos … Um local que nos remete para o Sermão da Montanha e à sua mensagem que nos convida a afastar o «eu» isolado e apela ao «nós» em comunhão”.

De todo o coração, a amar e a servir as boas gentes do Marão

Na homilia, e ao longo da celebração, o Padre Artur Moreira tomou como mote as últimas palavras do evangelho dominical “de todo o coração” para se apresentar diante dos fiéis. Disse então: “«De todo o coração» é certamente a disposição com que eu e vós, eu convosco e vós comigo, nos acolhemos hoje uns aos outros, para seguirmos a Cristo, edificarmos a Sua Igreja e servirmos no amor os nossos irmãos”. Na sua homilia, frisou a enorme dívida que temos diante de Deus e dos outros, que só podia ser resgatada pelo excesso do dom e do perdão de Deus em Jesus Cristo. Mas ampliou o sentido dessa “dívida” que temos para com Deus em relação aos dons da própria Criação, que se podem desfrutar com generosidade nas belas terras do Marão.

Na sua homilia, o Pe. Artur insistiu ainda que “somos ainda devedores do testemunho e da obra daqueles que já partiram e deixaram estas terras mais ricas de humanidade e de cultura, de fé, de esperança, de amor. Estamos gratos aos nossos antepassados e, sem desprimor de quantos deram nome a estas terras, todos sentimos, diante de Deus, a enorme dívida pela vida e ministério pastoral do Pe. Manuel Vilar no nosso meio”. Emocionado acrescentou: “sinto-me tão pequenino, quando chamado a servir-vos, nestas alturas do Marão”.

Mas as palavras “de todo o coração” ecoaram sobretudo na alocução final. O novo pároco saudou a todos, começando pelos fiéis e, dentre estes, pelos mais pequeninos. Dos seus novos paroquianos referiu que “todos me dizem que sois muito boa gente. Estou certo de que é um elogio justo e verdadeiro. Tenho a certeza que vou aprender e crescer muito, como pastor, caminhando no meio de vós”. Não esqueceu a referência aos sacerdotes (especialmente aos que acompanharam as comunidades no último ano) aos autarcas, às associações ali representadas pelos seus responsáveis, a quem prometeu colaboração em espírito de subsidiariedade. Deixou uma palavra de gratidão àqueles que ali vieram para o encorajar e que foram seus paroquianos: “Deixei de ser vosso pároco. Não deixarei de ser vosso amigo. Fareis sempre parte da minha vida e rezarei por vós de todo o coração. Rezai por mim”. Aos novos paroquianos pediu que “vivamos a sério o propósito deste ano pastoral: «todos família, todos irmãos»”, despedindo-os com um “até amanhã” que é um novo dia.

Na parte final da celebração, a intervenção de uma leiga deixou uma marca de grande qualidade e sensibilidade pastorais. Não faltaram os agradecimentos e a oferta de alguns frutos ou produtos do Marão ao Pe. Mário Jorge e Celestin, que por ali passaram, durante o último ano pastoral, deixando a sua marca positiva: “Senhor Padre Mário Jorge, não esqueceremos o seu dinamismo, o seu espírito de iniciativa, a sua capacidade de trabalho, o seu poder de observação, a humildade que manifestou ao adaptar-se às nossas vivências e a sua entrega a estas paróquias. Sabemos que não foi fácil gerir tudo isto, mas também sabemos que gostou de cá estar! Senhor Padre Celestin, sabemos que veio para cá com um receio que depressa se desvaneceu: «afinal o Marão não é assim tão frio pois não»? Não esqueceremos a sua forma simples de estar, a sua dedicação, humildade e empatia para com todos”. Ao novo pároco, foi entregue um bastão, para o ajudar nas caminhadas, que tanto gosta de fazer. E as palavras estavam cheias de gratidão: “Eis-nos aqui de mãos abertas para receber o que tem para nos dar e para retribuir essa dádiva”. E foi assim que o Padre Artur Moreira deu início à sua “aventura no Marão”. O redator desta notícia, que é seu amigo, felicita-o pela sua nova missão e pela alegria com que, desde a primeira hora, a acolheu «de todo o coração».

Pe. Amaro Gonçalo