Como parceiro estratégico e de desenvolvimento, a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS) reposicionou-se no território com a reprogramação dos apoios comunitários, em áreas cruciais de desenvolvimento capaz de atenuar o impacto económico na região. A entrevista com Telmo Pinto, primeiro secretário da CIM-TS, deixa visível as preocupações da Comunidade Intermunicipal, bem como, as respostas para o território enfrentar os novos desafios provocados pela COVID-19.
“Temos de estar na linha da frente e a ferrovia pode tornar-se no grande investimento público estratégico para o desenvolvimento da região” – Telmo Pinto
A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa em conjunto com os 11 Municípios que a integram está a implementar no território novas medidas de atuação para dar resposta aos novos desafios, provocados pela COVID-19.
“A CIM-TS tem estado, desde o início, em diálogo permanente com a Direção-Geral de Saúde (DGS) e com a Administração Regional de Saúde para avaliar a situação de saúde pública do território, bem como, receber orientações de forma a que os Municípios estejam preparados para proteger a população da COVID-19”, frisa Telmo Pinto, primeiro secretário da CIM-TS.
A pandemia trouxe inúmeras consequências para o território, onde as empresas de setores como o calçado, têxteis e mobiliário, que exportavam em grande escala, depararam-se com a suspensão de encomendas.
Para Telmo Pinto, “as encomendas só voltarão, em pleno, quando estiver restabelecida a confiança na Europa e no Mundo. Contudo, o nosso território está a ser um excelente exemplo com as empresas têxteis e vestuário a readaptarem-se ao mercado, ao produzirem novos materiais como resposta à pandemia, nomeadamente, produção de máscaras e viseiras”.
A CIM-TS tem nas suas prioridades o investimento público que, no âmbito, do Pacto do Desenvolvimento e Coesão Territorial já conseguiu obter cerca de 120 milhões de euros para investir no território.
“Estamos em conversações com os Municípios para que este investimento seja colocado em prática, o mais breve possível. É um investimento que vai gerar emprego e oportunidades de negócio, para que os empresários possam enfrentar esta crise económica”, afirma o primeiro secretário da CIM-TS.
O forte investimento na reprogramação de verbas para o desenvolvimento económico tem como objetivo ajudar a região, nomeadamente, as micro e médias empresas que estão a passar por muitas dificuldades. E, como tal, é importante “o investimento privado, através de fundos como o Norte 2020”, frisa Telmo Pinto.
O trabalho contínuo da CIM-TS com os 11 Municípios é extremamente importante, porque embora existam políticas locais de dinamização económica, é crucial ter a visão do território como um todo, refere Telmo Pinto.
Como exemplo da coesão territorial é o anúncio do investimento da ferrovia para o território com a reabilitação da linha do Tâmega e a criação da linha ferroviária entre Valongo e Felgueiras, e numa segunda fase, de Felgueiras até Amarante. O primeiro secretário-geral da CIM-TS considera que “é uma excelente oportunidade não só no que diz respeito à mobilidade de pessoas, mas também das empresas passarem a escoar os produtos pela via ferroviária numa clara transformação do território.”
“Temos de estar na linha da frente e o investimento na ferrovia pode tornar-se no grande investimento público estratégico para o desenvolvimento da região”, conclui.
O território do Tâmega e Sousa é um dos territórios com rendimento per capita mais baixo do país e como tal, existe a necessidade de atrair investimento para a região e dar mais ferramentas aos profissionais. “Só com formação e capacitação é que se pode reivindicar novas empresas e novas oportunidades”, acrescenta o nosso entrevistado.
Criar uma bio região é também um dos objetivos da CIM-TS, uma vez que estão a apostar na certificação de produtos, na área da produção alimentar. “Temos de nos organizar para produzir de forma local, mas também consumir a nível local. As escolas e as IPSS’s são um espaço de desenvolvimento que devem estar integrados com as produções locais”, salienta Telmo Pinto.
Sobre a dinamização do turismo na região, o secretário-geral da CIM-TS afirma que, apesar do forte impacto económico que este setor está a ter, já começa a existir mais procura “até porque o interior passou a ser uma oportunidade” de exploração de lugares, até então desconhecidos ou pouco valorizados pelos turistas.
Em relação a expectativas para o futuro, Telmo Pinto frisa que “da parte da nossa Comunidade Intermunicipal existe um empenho absoluto e uma reivindicação para com situações concretas e executáveis para o território. A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa é sempre um parceiro estratégico que dá respostas afirmativas e dinâmicas. Como parceiro também de desenvolvimento disponibilizamos recursos para as empresas e instituições, com o objetivo de sermos um fator de união e criação de valor para o nosso território,” conclui.