O presidente da Comissão Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, visitou, acompanhado da comunicação social, alguns produtores da nossa região, com passagem pela Casa de Cello, em Mancelos, a Casa de Vila Nova, em Castelões, a Agrimota/Casa da Calçada, em Amarante, e a Quinta da Lixa/ Hotel Monverde, em Telões, com realização de provas e degustação de diversos vinhos verdes.
“A Região dos Vinhos Verdes tem que trazer maior valor para a agricultura, para a criação de riqueza e postos de trabalho do que tão bem se faz aqui na região, e isso faz-se com vinhos de maior qualidade”, comentou Manuel Pinheiro.
“Temos que fazer um trabalho enorme para não baixar preços, porque reflete-se na região inteira e este ano é mais difícil, mas nós andávamos todos os anos a aumentar preços médios e com isto as uvas do vinho verde já eram pagas acima do preço médio do resto do país. O preço das uvas da região já era um preço muito razoável e agora não podemos baixar, porque assim baixamos o rendimento de toda a região”, acrescentou, quando confrontado com as dificuldades decorrentes da quebra de vendas com os constrangimentos provocados na atividade económica pela pandemia. “Este período é brutalmente difícil, mas nós temos que rapidamente voltar a ter mercado sem baixar preços”, realçou.
Na passagem pela Casa de Cello, em Mancelos, destacou-se a qualidade da colheita de 2019 e a crescente afirmação dos vinhos verdes nos mercados nacional e internacional, aludindo-se à espectativa de que possa ser um fator impulsionador no escoamento do vinho.
“Acreditamos que a região é uma região fantástica para produzir brancos, consideramos que a Região dos Vinhos Verdes é a melhor região para produzir vinho branco em Portugal, tem um potencial brutal e tem feito um trabalho fantástico a nível das vendas”, ressalvou João Pedro Araújo, responsável da Casa de Cello, atestando que na Europa a nossa região é provavelmente a que mais vende vinho branco.
Com a produção de 2019 ainda na adega e um valor de venda ao público por garrafa de vinho entre os 8,00 e os 35,00 euros, na Casa de Cello a abordagem no mercado é muito específica, mas com reflexos de uma quebra nas vendas de 98% provocada pelas consequências do Covid-19.
“Temos uma abordagem diferente, engarrafamos mais tarde, os vinhos estão em maturação nas cubas durante algum tempo e só agora está na fase de engarrafamento”, refere, salientando que “o ano é muito interessante e estamos convictos de que vamos ter vinhos topo de gama”.
A qualidade do vinho, reconhecida por prémios de excelência, demonstra, na opinião de João Pedro Araújo, “que o vinho verde pode posicionar-se num patamar de vinhos de grande qualidade, com preços que podem trazer uma mais valia para dentro da região”.
Para a Casa de Cello, com uma rede mundial de distribuição concentrada na restauração e garrafeiras, o objetivo passa pela conquista de mercados cujo potencial de apreciação do vinho seja reconhecido pelo consumidor.
“O nosso objetivo tem que passar por encontrar o cliente que está disposto a beber a nossa garrafa de vinho e nós fazemos isso, andamos sempre à procura do mercado onde possamos vender os nossos vinhos”, anota.
Sobre o momento atual, considera: “O que estamos a sentir é que há muita força, muita gente a mexer-se, as pessoas não estão paradas e isto, mais um ou dois meses, vai começar a andar”.