My Plate

Conversas na Linha com My Plate – Alberto Pinto

Jornal de Vila Meã – Como está a reagir a este momento?

Alberto Pinto – Estou a viver este momento com alguma paciência, alguma ansiedade e conformismo. Não há muito a fazer e temos de aceitá-lo com boa vontade e estar atento aos pormenores e seguir as regras de segurança que a Direção Geral de Saúde vai ditando. Dentro deste quadro de referência, espero que passe depressa esta pandemia localizada em Portugal e em particular onde nos situamos. Felizmente para já não aconteceu nada de especial a mim e à minha família e até a pessoas próximas, por isso para já estou a encarar com alguma serenidade.

JVM – E como está a reagir o seu negócio nesta fase?

AP – Estou com alguma expetativa. O mês de março foi com algum receio mas acabou por terminar com alguma normalidade. O mesmo não aconteceu em abril, com uma queda de 80% a 90%. O que me preocupa não é ter de parar um mês ou durante este período da quarentena. Preocupa-me é o que vem a seguir, se o mercado retoma e se vai haver espaço para voltar a economia a manter-se positiva e espero que as empresas com quem eu estava a trabalhar voltem à máxima normalidade. A normalidade deles futuramente também será a minha e gostava que isso fosse para todos.

JVM – Relativamente às medidas que estão a ser criadas pelo Estado, o que acha acerca disso?

AP – Eu acho que estão a ser muito positivas porque haver uma mão do Estado para suportar a banca ou dar um conforto à banca para algumas empresas que dificilmente teriam acesso a financiamento, acho que isso é importantíssimo. Portanto, o Estado, para além de já ter avançado com o lay-off e dar uma oportunidade às empresas que não estão a laborar, está a  apoiar com o financiamento dos salários e ainda criar estas linhas de crédito, ainda que possam ser coordenadas com a Europa. É evidente que é fundamental, porque isto só voltando a haver circulação de capitais, bens, pessoas é que pode haver retoma e vejo isso com bons olhos e acho que estão a fazer um trabalho positivo.

JVM – Como pensa contornar algumas dificuldades que possam surgir?

AP – Para já e com honestidade, a minha expetativa é esta: saber se vamos voltar à normalidade que era o que mais queria e quando digo normalidade é perceber que há empresas que voltaram ao trabalho e não fecharam e nas quais vão surgir dificuldades. Para eles e para mim. É fundamental agora tentar ser criativo, cooperante e haver seriedade porque é uma base de negócio. Penso que o mercado é que ditará as regras e se houver algum dinamismo podemos voltar a recuperar, é o que eu espero. Já sei que poderá ser um período menor ou maior mas temos de aguardar. O que interessa é que haja novamente a retoma da economia, isso é fundamental.

JVM – Que mensagem gostaria de deixar aos seus clientes e à comunidade em geral?

AP – Uma mensagem de esperança e de sermos solidários. Já estou a tentar sê-lo, percebendo a realidade de alguns clientes meus. Também já tentei pedir alguma solidariedade a algumas empresas a quem eu compro. Neste momento houve um interregno na nossa atividade e isso tem custos. Há custos suportáveis e há custos insuportáveis mas considero que este para já de ter parado, ainda pode ser um custo suportável, vamos ver. Agora a minha esperança é que a retoma se faça mais lenta, de forma faseada ou mais rápida mas que se faça e que possa haver espaço para todos. Isso é o que eu desejo que possa acontecer.

JVM – O que mais gostaria de acrescentar?

AP – Apenas de reforçar que estou num quadro em que muitos outros empresários estão e que todos desejamos que volte o mais depressa possível a uma normalidade duradoura. É o que mais ambiciono.