Face à atual situação em que vivemos, que alterou diversos hábitos do nosso quotidiano, o Jornal de Vila Meã esteve à conversa com a Junta de Freguesia de Vila Meã, na pessoa do Sr. Presidente Lino Macedo, para tentar perceber de que forma esta entidade tem lidado com a presença do COVID-19, na nossa localidade.
Jornal de Vila Meã – Que tipos de serviço a Junta de Freguesia de Vila Meã está a promover?
Lino Macedo – A Junta de Freguesia de Vila Meã percebeu, desde o início da pandemia e aquando da declaração do Estado de Emergência Social no país, que aqueles que iriam ser mais afetados seriam os idosos e as famílias mais carenciadas.
Neste pressuposto, a Junta de Freguesia de Vila Meã disponibilizou, de imediato, um serviço de apoio ao domicílio, para pessoas isoladas e sem retaguarda familiar, para compras de bens de primeira necessidade e de medicação.
Este serviço conta com os apoios da Conferência de S. Vicente de Paulo de Real, do Projeto1513 e da Associação de Beneficência de Vila Meã, sem os quais seria muito difícil acorrer a todos os pedidos.
Como sabem, os serviços administrativos da Junta de Freguesia estão encerrados ao público, no entanto, estamos a prestar todos os serviços que os cidadãos têm procurado por via digital ou, em caso de impossibilidade, mediante marcação prévia. Em casos estritamente necessários, a Junta de Freguesia vai a casa das pessoas.
Relativamente ao apoio social às famílias carenciadas, nomeadamente ao apoio alimentar dos alunos e crianças que frequentam os estabelecimentos de ensino na freguesia, solicitamos já informações junto da Câmara Municipal, da direção do Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso e do Externato de Vila Meã, no sentido de perceber que apoios estão já no terreno e/ou prestes a iniciar, por forma a assumirmos as nossas responsabilidades e podermos contribuir ativamente de forma a colmatar as necessidades que estão à vista de todos.
Por último, devo referir que a Junta de Freguesia adquiriu um conjunto de equipamentos de proteção individual, nomeadamente máscaras e viseiras de proteção, para equipar as instituições da freguesia que estão na “frente da batalha” e que, com este material, podem com segurança, continuar o seu trabalho, designadamente os Bombeiros Voluntários, a GNR, as IPSS o Centro de Saúde e ainda o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.
JVM – Quais são os principais problemas com que se têm deparado?
LM – Os principais problemas com que nos deparamos decorrem do atraso sistemático da entrega do material de proteção que adquirimos há já mais de um mês.
Outro problema, e este com repercussões muito mais gravosas, manifesta-se pelo facto de ser cada vez mais visível a carência económica e social de muitas famílias, que viram os seus rendimentos decaírem substancialmente. Nestes casos em concreto, ajudamos em tudo o que podemos e encaminhamos alguns casos para os serviços sociais com maiores responsabilidades nesta área, que têm os meios para dar uma primeira resposta mais adequada, como sejam as IPSS e a Câmara Municipal. Esta última tarda em dar o anúncio de medidas sociais especificas, de relevo, para esta crise que todos atravessamos.
A título de exemplo, seria do maior interesse para a população ver a Câmara Municipal canalizar a verba que tinha destinada à programação de verão já cancelada, como o Festival MIMO e outros eventos, para apoio na conta da água das famílias.
JVM – Como está a reagir a população vilameanense face à atual situação em que vivemos?
LM – Os Vilameanenses, tal como todas as outras pessoas, estão a viver este período com grande angústia e ansiedade.
Aqueles que representam os grupos de risco, bem como os seus familiares, têm obviamente receio de contágio; os restantes, que se encontram em confinamento social, principalmente os empresários do pequeno comércio e da restauração, estão ansiosos que os seus negócios possam voltar à normalidade, pois começa a ser muito difícil aguentar estes meses sem entrada de receitas.
Esperemos que este estado de emergência passe o mais brevemente possível, para que rapidamente possamos voltar à normalidade e pujança económica.
JVM – A agenda cultural que a JFVM estava a impulsionar continua suspensa por tempo indeterminado?
LM – Por motivos óbvios, a agenda cultural está suspensa, mas não cancelada, pois temos a esperança de que, ainda no verão e início de outono, possamos recuperar o tempo perdido reagendando as atividades que já tínhamos fechadas e promover outras que apesar de não anunciadas estavam já na calha.
JVM – Gostaria de acrescentar algo mais, que considere relevante?
LM – Gostaria de acrescentar que as obras de requalificação do Cemitério de Real estão já na fase final e por certo contribuirão muito significativamente para uma maior e melhor comodidade daqueles que visitam e cuidam das sepulturas dos seus entes queridos.
Por último, gostaria de transmitir uma mensagem de esperança e de alento para com aqueles que mais estão a sofrer com esta pandemia e referir que poderão contar com a Junta de Freguesia de Vila Meã e com todos os meios de que dispomos e outros que temos ao nosso alcance.
Fiquem em casa. Sigam as normas das autoridades de saúde.
Vai ficar tudo bem!