A Confederação do Turismo de Portugal apostou na Associação Empresarial de Vila Meã (AEVM), para realizar a apresentação pública do programa “Melhor Turismo 2020”, apresentado no passado dia 5 de março, no Café -Bar Restaurante São Gonçalo, em Amarante.
O programa visa uma intervenção estruturada nas micro, pequenas e médias empresas ligadas ao setor do Turismo, nomeadamente, restauração, hotelaria, agências de viagem, operadores turísticos, aluguer de veículos e atividades de bem-estar físico.
O evento foi realizado em Amarante, por ser considerado o concelho que apresenta maior potencial turístico na região do Tâmega e Sousa.
Durante a sessão, foi dado a conhecer o Programa de Formação-Ação “Melhor Turismo 2020”, desenvolvido pelo Organismo Intermédio da Confederação do Turismo de Portugal.
No final da sessão, foi aberto um espaço – One-to-One, para as empresas terem a oportunidade de colocarem as suas dúvidas e expetativas.
O Jornal de Vila Meã esteve à conversa com alguns dos intervenientes desta sessão:
Maria José Capacete – Coordenadora do Organismo Intermédio Melhor Turismo 2020
Jornal de Vila Meã – O que achou da nossa cidade?
Maria José Capacete – Amarante é uma cidade muito bonita, que eu não conhecia. Uma vantagem destes projetos é virmos fazer estas sessões com os empresários, porque vamos conhecendo melhor o que o nosso país tem.
JVM – Confirma-se o potencial turístico de Amarante?
MJC – Sem dúvida. Cada vez mais temos detetado que, em Amarante, temos uma grande procura nacional e internacional.
JVM – Que resultados os empresários pretendem alcançar com este programa?
MJC – O que nós queríamos que eles pretendessem alcançar. Nós queríamos que eles entendessem que é uma forma de, a custo zero, terem uma formação que projetasse o negócio, conseguindo chegar a ferramentas que normalmente não estão disponíveis e que são fundamentais para o setor. Acaba por valorizar o negócio, as pessoas e a região.
JVM – Quais são as maiores dificuldades que as empresas encontram para quererem participar no programa Melhor Turismo 2020?
MJC – A primeira grande preocupação é a instabilidade nas relações com os profissionais. Formar trabalhadores que acabam por não ficar muito tempo nas empresas, a própria instabilidade do setor que, apesar de ser menor, de facto existe. Se não formarmos, acabamos por ter colaboradores que não têm formação para ajudar no negócio. Qualificando e capacitando as pessoas, acabamos por valorizar todos e por conseguir fixar os trabalhadores.
Rui César Castro – CEO URBE – Consultores Associados
Jornal de Vila Meã – Considera uma mais-valia a participação das empresas neste programa?
Rui César Castro – A participação das empresas vai proporcionar que os recursos humanos das empresas saiam valorizados, isto é, que tenham mais competências técnicas, e isso é muito importante. O resultado final que nós pretendemos com esta intervenção é que as empresas sejam mais produtivas, mais capazes e mais rentáveis. No fundo, isto é o fim último da atividade empresarial. É uma oportunidade, já que se trata de um projeto que é gratuito e realizado dentro da empresa, num setor que tem uma forte perspetiva de crescimento e que vai alavancar o crescimento de toda a região.
Geraldino Oliveira – Presidente da AEVM
Jornal de Vila Meã – Como presidente da AEVM, qual a importância deste programa para a Associação Empresarial?
Geraldino Oliveira – Este programa consiste em ajudar as empresas no setor do turismo para estarem melhor preparadas para o futuro que se avizinha, quer na parte da divulgação das empresas quer na forma como vão receber os turistas que procuram a nossa região. É de salientar que existe uma forte aposta por parte do Município de Amarante, no setor do turismo e nós, como AEVM, queremos acompanhar o Município e o crescimento a nível nacional. O nosso trabalho não é só a nível regional mas também a nível nacional e acompanhar todo o esforço que é feito nestes projetos. Quero também salientar que a AEVM, para além do projeto de turismo, também tem o projeto Dinamizar, que consiste em prestar apoio a todas as empresas de comércio e serviços.
Também temos notado, no Gabinete de Inserção Profissional, que as empresas têm tido dificuldades em encontrar profissionais especializados, na área do turismo. Mas temos sentido igualmente a necessidade de funcionários no ativo, de quererem melhorar as suas competências, enquanto recetores de turistas.
JVM – Como é ser presidente de uma Associação Empresarial?
GO – Ser presidente de uma Associação Empresarial é muito gratificante e, ao mesmo tempo, muito desafiante. É um orgulho representar todos os meus colegas, que estão na direção, que trabalham voluntariamente em prol de todos. Ser empresário hoje em dia não é tarefa fácil, porque há novos desafios e nada é garantido. Agarrei esta oportunidade com muito empenho para poder representar todos os associados e empresários que procuram a Associação Empresarial, para os potencializar no mercado de trabalho. A nossa associação é uma casa para as empresas e as empresas podem procurar-nos para os ajudar, independentemente de serem associados ou não.
Pedro Pinheiro – Vice-Presidente da AEVM e CEO da Mecurito
Jornal de Vila Meã – É um empresário do ramo automóvel e percebemos pela sua intervenção que a atividade está ligada ao Turismo. Pode explicar-nos esta ligação?
Pedro Pinheiro – Sim. Nós, por hobby, neste caso na empresa, trabalhamos com a comercialização de veículos clássicos. Associado a isto, temos a parte de aluguer de viaturas clássicas para eventos, nomeadamente casamentos, que é o mais conhecido. Alugamos igualmente as viaturas para outro tipo de situação como gravações de novelas, gravações de outro tipo de eventos e também para marcas de roupa. Posto isto, por que não usar o aluguer das viaturas clássicas para o Turismo? Começamos a ver no estrangeiro e andamos sempre atrás do mercado, até porque temos de ser pioneiros. Estamos a criar algo novo que se prende ao facto de estarmos numa zona muito interessante. Estamos na zona do Vinho Verde que integra a região do Tâmega e Sousa. Então, criamos um conceito que é a Rota do Vinho Verde e fazemos um Wine Experiences, que passa por levar os turistas a conhecer os nossos hotéis, as nossas quintas e fazerem uma experiência única com os nossos vinhos e, por isso, consideramos que isto faz todo o sentido.
JVM – De que forma considera que o programa apresentado pode auxiliar a atividade empresarial da Mecurito?
PP – Isto veio na hora certa, porque realmente faz todo o sentido, uma vez que precisamos de dinamizar e ter mais formação para podermos apresentar o nosso produto. Este projeto parece-nos perfeito e enquadrado para o que nós pretendemos, que é considerar que a Mecurito tenha uma expansão nacional e internacional através do turismo. Então, assim, trazemos os turistas a Portugal para fazerem a Wine Experiences. Curiosamente, estamos a preparar um evento, que acontecerá no dia 9 de maio, no centro de Amarante. Vamos fazer um primeiro passeio de clássicos com um desfile de elegância, em que os colecionadores das viaturas virão cá com os seus carros fazer o tal produto. Isto vai ser replicado para os turistas que pretendemos atrair. Temos uma operadora turística com quem já estabelecemos protocolo, que trará para Portugal os turistas e nós fazemos um pacote para cada um desses clientes, em função da sua opção.
Rosário Meneses – Diretora Executiva da AEVM
Jornal de Vila Meã – Por que razão promove a AEVM este tipo de sessões?
Rosário Meneses – A AEVM está sempre atenta a oportunidades que possam surgir para podermos agilizar contextos de captação de negócio e também de promoção desse próprio negócio em qualquer parte. Obviamente que nós não vendemos produtos e serviços, mas mobilizamos o ambiente propício para que essa venda seja realizada. Neste caso em particular, é um programa muito específico e muito interno da própria empresa. Todo o processo é desenvolvido entre portas e nesse sentido as empresas terão acesso a serviços completamente gratuitos, acesso a consultores externos e a formadores. Após terem sido diagnosticados alguns problemas que todas as empresas têm, haverá uma formação adequada aos colaboradores para que possam resolvê-los de forma autónoma.
JVM – Por vezes sentimos que as pessoas não sabem o que representa uma associação empresarial e o trabalho que executa. Pode explicar-nos?
RM – Por acaso é interessante, porque é muito raro fazerem este tipo de perguntas. O que uma Associação Empresarial faz? Eu digo de uma forma muito simples: uma Associação Empresarial é a casa das empresas. Ainda hoje o Rodrigo Silva, do Café- Bar Restaurante S. Gonçalo estava a dizer que basta juntar as empresas que o negócio acontece e é realmente isso. Mas além disso, a casa das empresas é a casa não só dos empresários, dos dirigentes, mas também dos colaboradores das empresas. É o local onde se acolhe, se recebe e onde as pessoas são compreendidas. E são compreendidas porquê? Porque estão entre pares, estão entre pessoas que percebem das dores do negócio e percebem também de iniciativa, de fazer acontecer.
Todas as associações, nomeadamente a de Vila Meã, organiza alguns serviços para os seus associados, como serviços internos ou serviços em parceria com outras empresas. Promove encontros de empresários, feiras nacionais e internacionais. Ainda hoje está a ser organizado a abertura do Tams/in que é um calendário de missões internacionais, e por isso a associação também estabelece parcerias com outras associações para que os nossos associados possam ter este tipo de eventos em que possam participar.
Além disso, nós também estamos sempre atentos a novas candidaturas. Essas candidaturas promovem programas de investimento, formação profissional para colaboradores ativos e para possíveis colaboradores e também apoiamos as entidades estatais na identificação das necessidades por parte das empresas, fazendo entender os obstáculos com que nos vamos deparando. Entendemos que há obstáculos no desenvolvimento económico local e então fazemos chegar essas necessidades e essas limitações da atividade económica. Resumindo, uma associação empresarial é um facilitador da vida empresarial das empresas.
Delfina Carvalho – Técnica do Gabinete de Inserção Profissional de Vila Meã (GIP) e Responsável do Gabinete de Formação da AEVM
Jornal de Vila Meã – O que é isto do GIP?
Delfina Carvalho – O GIP é um serviço que temos na AEVM que trabalha diretamente com o IEFP, neste caso com o IEFP de Amarante. O que nós fazemos a nível de emprego: nós temos acesso à base de dados do IEFP e conseguimos, quando as empresas nos contactam, ter acesso a esta base de dados através de uma formalização de uma oferta de emprego. Captamos as ofertas de emprego e trabalhamo-las. Além disto, também damos apoio nas candidaturas e explicamos que tipo de apoio ao emprego existe, assim como também tudo o que está relacionado com os estágios profissionais. Outro serviço que abrangemos é a divulgação de formação formativa, quer do IEFP como da AEVM.
JVM – Os empresários queixam-se que há falta de trabalhadores, nomeadamente na área do turismo. Por que acha que isto acontece?
DC – Sobretudo por causa dos horários de trabalho. A maior parte das pessoas não quer trabalhar ao fim de semana ou quando quer trabalhar não tem uma retaguarda familiar quando tem filhos e vimos isto sobretudo nas mulheres, que é o caso mais complicado. A falta também de qualificação na área é outro dos obstáculos.
JVM – Como apoia a AEVM O GIP?
DC – Nós temos o GIP que vai trabalhando esta falta de pessoal na área, que é o que acontece várias vezes. As empresas contactam-nos e nós fazemos a divulgação da oferta de emprego e tentamos arranjar alguém. Além disto, temos um evento em que permitimos que as pessoas que pretendem trabalhar em certas empresas possam ir à empresa falar com os empresários. Isto no espaço de uma semana, em que são programadas algumas visitas. Já fizemos também uma parceria com outra associação com o intuito de fazer uma conferência que tinha o nome “Rumo ao Futuro no Emprego” e conseguimos angariar algumas pessoas para trabalhar num hipermercado. A AEVM tem apostado, de igual forma, ao longo destes anos, na formação profissional na área da hotelaria e restauração para empregados e desempregados.
Daniel Ribeiro – Técnico Responsável do Gabinete de Comunicação da AEVM
Jornal de Vila Meã – Para as empresas ligadas à área do Turismo é importante uma imagem e comunicação atrativa. Sente, através do Gabinete de Comunicação da AEVM, que as nossas empresas estão bem posicionadas?
Daniel Ribeiro – Neste caso específico no concelho de Amarante, acho que já existem empresas, na área da hotelaria e restauração que já estão preparadas. Amarante já é uma cidade bastante conhecida nacionalmente e internacionalmente, fruto da aposta da Câmara Municipal nesse sentido e acho que está cada vez mais a evoluir para que a comunicação consiga chegar mais longe. Nas empresas em específico, vejo uma necessidade de elas próprias tentarem ir de encontro às tendências, no turismo neste caso, apostando na publicidade online. Este programa que foi apresentado acaba por trazer algumas vantagens relativamente à comunicação.
JVM – Neste aspeto no que pode ajudar a AEVM as empresas?
DR – A AEVM tem vários projetos em mão, alguns mais antigos, outros mais recentes. Recentemente, apresentamos a plataforma comercial coletiva online “Linha do Comércio” que pretende divulgar produtos do retalho, ou seja, que permite que as empresas de Amarante tenham uma plataforma para chegar mais longe e ter presença online, que é uma tendência da sociedade e nós pretendemos com isso divulgar este comércio. Temos também para a hotelaria e comércio em geral um jornal que é da propriedade da AEVM que pode ajudar as empresas a divulgar os seus negócios.
Este projeto que foi hoje apresentado pode fazer com que as empresas tenham o apoio necessário para essa evolução. É isso que a associação pretende na sua atividade: ajudar os empresários. Eu, neste caso, sou o técnico de comunicação e pretendo ajudar as pessoas e as empresas a fazerem divulgação empresarial.
Filipa Machado – Diretora Geral do Hotel Quinta da Cruz
Jornal de Vila Meã – O que achou do programa apresentado?
Filipa Machado – Acho que o programa faz todo o sentido. Com já foi referido, Amarante é um Município do Tâmega e Sousa, com forte expansão em termos de turismo, por isso este programa só vem ajudar as empresas a dinamizar os seus próprios negócios e a capacitar os seus funcionários.
JVM – Pretendem participar no programa Melhor Turismo 2020?
FM – Sim, claro.
Rodrigo Silva – Café – Bar Restaurante S. Gonçalo
Jornal de Vila Meã – Porque decidiram acolher a apresentação do Programa Melhor Turismo 2020, no vosso Café-Bar Restaurante S. Gonçalo?
Rodrigo Silva – Foi um desafio que nos foi lançado. O Café-Bar, como sempre para a AEVM, está de portas abertas e de braços abertos para os receber e foi com muito gosto que acolhemos esta iniciativa da AEVM.